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sábado, 5 de março de 2011

AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO


Onde antes brincavam, hoje só descansam.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso
acrescentam textura nova às velhas marcas.

Onde antes primavera, o outono delineia-se.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
A tantas outras com quem cruzaram caminhos,
E despediram-se com promessas de voltar.


Falo das mãos, essas ferramentas indispensáveis
que amanhecem desde o despertar da existência
E atravessam rios de tempo, ruas de conversas,

Até chegarem ao ocaso de todas nossas andanças
Mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
Que mãos invisíveis amarfaranham através dos anos.

de Nonato Albuquerque
feita às 13h20min