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quinta-feira, 29 de março de 2012

O CONTO DOS DOIS BOLSOS

Conta uma lenda antiga que cada homem nasce no mundo com dois bolsos pendurados em seu pescoço... - um na frente e outro nas costas. 


O bolso da frente está cheio de erros e falhas de seus vizinhos e amigos e o grande bolso que carrega atrás repleto de suas próprias falhas e deficiências. 


Por isso, é que os homens são rápidos em ver os defeitos dos outros, mas são muitas vezes cegos para suas próprias falhas. 


Moral: Antes de ver e julgar os defeitos dos outros, vamos primeiro ver e julgar nossas próprias faltas. 

(Fábula de Esopo, o famoso escritor da Grécia antiga)

terça-feira, 27 de março de 2012

OS SONHOS, ÀS VEZES, NOS CONTAM HISTÓRIAS INCRÍVEIS


A canção de ninar da baleia mãe

Aquele não era um fim de tarde comum mesmo. Havia algo estranho no ar.
Pela areia da praia, um vento brando soprava, contrário à algazarra do bando de jovens que atraíam a atenção de todos.
Eles formavam um círculo em torno de algo estendido no chão. Na cabeça de cada um deles, pequenos aparelhos em forma de ‘bobbies’, instalados como cateteres de onde escapavam filetes de luzes, como circuitos em choque.
Avancei até o grupo. Achei passagem entre eles e descubro, espantado, a presença de uma baleia encalhada na areia. É uma mãe que, junto a um filhote, vieram dar na areia e tentam com esforço retornar a água.
Debruço-me sobre o enorme animal. Ele emite uma espécie de canto, que em meio a sonoridade deixa escapar aos meus ouvidos a visão onomatopéica de sua letra:
“O naúma canduma securidá
Nausa conda candira secá...”
Ao ouvir a canção eu digo a todos para saírem de perto, pois a baleia precisava embalar o filho-criança para “dormitá-lo” (sic).
As pessoas não acreditam em nada do que falo. Riem de mim: uma baleia cantora! Que deseja ninar o filhote!... Eles não dão conta do meu apelo. Dizem até que não existe nenhum som vindo do gigante mamífero. Mas eu ouço o lamentoso canto da mãe, aconchegando para perto de si o filho semi-morto.
Alguém da turma, que reconheço no plano físico ser um antigo companheiro de trabalho, escreve algo na areia. Surpreendentemente, as letras ganham brilho. Iluminam-se com a escrita. Enquanto escreve, fala. Diz serem poemágicos, aqueles versos que escreve na areia e, magnificamente, a sua voz sai com imagens holográficas que aparecem no ar em cima de nossas cabeças.
“Sou divino, sou humano, sou da Terra, sou do Céu...”
Tenho a impressão que a baleia riu. E ouço ela dizer (sim, uma voz me traduz simulaneamente) que está cansada do humano mundo, precisa retornar ao oceano.
Quando digo isso a Pedro, o tal poeta, ele considera que eu esteja em alguma dimensão alfa. “O homem que veio da terra, deve ter fumado algo para nos divertir com histórias de não se contar...”, diz ele.
A baleia se agita. Contorce-se. Todos ali acham que ela se debate. De que está nas últimas. Mas, na verdade, ela apenas dança. E atrai para perto de si, uma vez seguinte o filho que eu imaginava morto.
“O naúma canduma securidá
Nausa conda candira secá...”
Então, tenho uma inspiração de que poderia auxiliá-la a sair dali. E peço que ela dance mais. Aos poucos, “a dança” vai abrindo uma espécie de canal que fazem com que as ondas do mar consigam atingir o local onde a mãe e o filhote estavam. As águas vão chegando e aos poucos, os dois animais conseguem chegar até um lugar onde o mar os envolve num abraço.

Do meio das ondas, a cauda da baleia se ergue enorme, belíssima. Como se acenasse para todos nós, despedindo-se. De longe, ouço a cantiga.
“O naúma canduma securidá
Nausa conda candira secá...”
Na praia, algumas pessoas revelam decepcionadas com a minha atuação.
- Que pena, daria uma ótima refeição – diz o dono de um restaurante.
- Num aquário, atrairia turistas – um administrador de empresas.
- E o óleo dela, que combustível não daria para nossas luminárias...
- Bichinha, exclama o que imagino ser uma solteirona – estava igual a mim. Encalhada. 


Alguém acreditaria se eu falasse que tudo isso foi um sonho? Pois acredite. Eu o tive na madrugada chuvosa desta terça feira.

domingo, 25 de março de 2012

ASSIM FALOU SHAKESPEARE


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Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, mas somente as de verão. Mas no fundo isso não tem importância. O que nos interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. 
Sonhos que os homens sonham sempre Em todos os lugares, em todas as épocas do ano, Dormindo ou acordado.”
William Shakespeare

VÍTIMA E ALGOZ UNIDOS PELA FORÇA DO PENSAMENTO

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Que mecanismos de pressão ocultam os seres em relação aos vícios? Pelo que pude depreender de um mergulho astralino nesta madrugada, há componentes muito mais exteriores à sua individualidade do que se possa supor.

Num imóvel que me pareceu ser um local de atendimento a seres fora do aparelho físico, deparo-me com a visão de um conhecido meu que estava recebendo estímulos para evitar o problema do alcoolismo. Uma complicada aparelhagem estava ligada à mente do paciente que recebia uma espécie de punção elétrica no cérebro, no que sugere ser uma espécie de lobotização ao contrário.

Num painel próximo se vê em grande tela que a mente do jovem está interligada a de um ente que se julgava morto, mas que respira exatamente com o auxílio da emanações elétricas que vampiriza do corpo somático desse meu conhecido.

A pessoa que opera a máquina me diz que ali se estabelece o que, comumente, se diz ser o fenômeno da obsessão. E, na verdade, no plano da matéria, esse meu amigo está vivendo uma terrível fase da doença do alcoolismo, que nem mesmo a ajuda médica terrena consegue dar-lhe freio.

O ser que o atende me orienta que ele está imantado pelo opressor, uma pessoa que é ligada à sua consanguínedade, fortalecido pelos pensamentos dos dois que compreendem o mesmo nível de relação. É preciso "cauterizar os miasmas que bloqueiam o cérebro", fazendo com que a vítima seja cada vez dependente do seu algoz.

Já havia lido algo a respeito, mas a mecânica de funcionamento é algo assim espetacular e demonstra que, do lado da outra dimensão, não somos abandonados pelos que, samaritanamente, zelam por nós e desejam nosso progresso evolutivo. 

domingo, 18 de março de 2012

PARA ONDE VAMOS DEPOIS DA VIDA

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Muita gente ainda se preocupa com o futuro depois da vida terrena. Para onde se vai? Céu ou Inferno? E muitas pessoas, infelizmente, ainda buscam as religiões mais com receio de se infelicitarem na escolha do caminho, indo desembocar num lugar de eternas penas - o que não combina com a misericórdia e a bondade de um criador - ou se alimentarão a esperança de viver em um local pleno de paz, onde não haja "dor e ranger de dentes". 

A expressão do iluminado Cristo de que "haverá choro e ranger de dentes" é uma referência à destinação das almas que, depois de uma experiência na matéria e não encontraram o ponto de sublimação, terão que retornar a um planeta para conviver desde o choro (nascimento) até o ranger de dentes (maturidade do corpo). 

Não há céu e nem inferno, da maneira vociferada pelas doutrinas conservadoras. Depois de uma vida física, recolheremos os frutos de nossa semeadura. Se vivemos na tranquilidade, em obediência às regras da evolução, chegaremos a nos unir em espaços da espiritualidade para onde procedem todos os seres que irão se harmonizar na paz e no bem. Não é o céu onde almas vivam sem esforço nenhum, numa existência onde não haja atividades. Seremos o que fomos. Ninguém vira santo entre o instante do desencarne e que ressurge no outro lado. 

Infelizmente, devido a ignorância e a imperfeição da maioria das almas, há os que continuam integrados a ações delituosas e equívocos cometidos contra o próximo. Muitos deixam o corpo envolvidos numa força de energia pesada e convergem para locais onde espíritos sofredores se assemelham. Mas não se trata de um lugar onde viverão eternamente no 'fogo eterno". 

Tudo isso é construção humana, quando na Idade Média a reforma protestante retirou do redil católico aquelas ovelhas que já não acreditavam em promessas vãs, sem nenhum vínculo à raconalidade. Comprava-se o lugar no céu, de acordo com as posses daqueles conseguiam adquirir as indulgências. 

O caminho para o futuro da alma, quando deixar a vida corporal, vai depender das escolhas que fizermos hoje. Se levarmos uma vida simples, pacata e de bondade, aplicando a lei do amor e da caridade, haveremos de alçar vôo para os planos onde vicejam espíritos com esses mesmos sentimentos afins.  


QUEM DISSE QUE VOAR É COM OS PÁSSAROS?


Domingo à tarde. Sempre é convidativo o sono depois do almoço. Sair do corpo e ir para onde durante o dia? Neste 18 de março, vi-me envolvido em experiência recorrente: a de volitar por minha própria vontade, sem a ajuda de outros.  Tenho "sonhado" muito assim, muito embora reconheça por meus conhecimentos, tratar-se de um desdobramento. 

Vou por uma rua em que há tráfego de veículos lá embaixo. Não sei atinar qual a cidade. Conduzo uma pessoa de idade, por quem tenho cuidados para que ela não caia. Tenho em mãos, um objeto. A impressão é de que é uma espécie de aparelho que abre semelhante a um guarda-chuva e do qual as pessoas (numa escola) acham ser ele o responsável pelo vôo. 

No desprendimento, eu tenho a convicção de que sou eu que manejo meu próprio 'eu' para cruzar o espaço. Até mesmo alguém me pergunta como eu consigo aquela proeza, que não vejo como fenômeno mas uma capacidade que todos os seres têm de se locomover na dimensão do espírito. 

Eu imagino que é preciso uma espécie de aprendizagem e treino para se lançar ao espaço volitando, mas a maioria dos seres ainda estão tão absorvidos na matéria que, muitas vezes, eles nem saem do corpo enquanto descansam.  

LEITURAS RECOMENDÁVEIS: VOLITAÇÃO

sábado, 3 de março de 2012

Há algo no ar além dos aviões de carreira

Algum avião deva ter passado por cima de minha cabeça hoje e eu nem tive tempo para notar. Ando tão preocupado com coisas do chão que sequer tenho levantado os olhos para ver o céu de noite. E há brilhos de luz muito mais ricos no céu de minha alma, principalmente quando adormeço e volito na paisagem da outra dimensão.


Hoje, por exemplo, estive num lugar em que as pessoas pareciam repetir nas ruas os versos da canção de Chico, “falando de lado e olhando pro chão”. Uma energia pesada circundava os indivíduos que, eu diria, ousavam sair de suas casas e uma coluna policial os forçava a constantes vistorias. 

Eu mesmo, pensava, tive que me submeter a uma rigorosa investigação até ser liberado para conseguir o visto de andar. Não havia sinais de destruição, como nas cenas de cidades atormentadas pelas guerras ou catástrofes naturais. Tudo levava a crer fosse o padrão de exigência do Poder para que as pessoas conseguissem a chance de ver a luz do dia. 


Em certa residência, onde um grupo se concentrava silencioso, tive a sensação de que ali as pessoas estavam buscando vestimentas especiais para conseguir se conduzirem nas suas mais simples tarefas. 

 Não sei, custa muito para mim citar aqui que a cidade por onde eu caminhei seria algum ermo lugarejo sírio, convivendo com a desgraça de uma ditadura cruel. Mas durante todo o meu desprendimento, era essa a idéia que eu partilhava. 

Uma das pessoas falava (em linguagem que eu entendia, muito embora não ouvisse a voz, nem tampouco visse os lábios se movimentarem) que era preciso arranjar fardas do sistema a fim de alcançar a fronteira mais próxima e se livrar do modelo absolutista que se praticava em pleno século 21. 

 Nisso alguém pega pelo meu braço. Minha respiração agita-se. Olhar enfurecido injeta-me medo. E um grito de que, finalmente, me achara... faz com que eu me acorde e fique sem saber quem me procurava naquela paisagem distanciada de qualquer elemento de beleza e de sentido mais racional.