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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

UM COMBOIO NOS CÉUS DE FORTALEZA

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Um avião nos céus, nenhuma surpresa causa. Mas se essa aeronave é gigantesca e tem a formação de um trem que voa baixo comboiando os vagões no ar, é algo surrealista. Eu tenho sonhos assim que, provavelmente, terão explicações à luz da Psicologia. 

Hoje, por exemplo, sonhei estar no final da avenida Luciano Carneiro, em Fortaleza, quando sou alertado por uma voz saída de algum alto falante. “Cuidado, avião em operação de pouso. Todos os que estiverem na rua, por favor, saiam de perto para evitar acidente”.

Olho para o alto e vejo a pujante aeronave comboiando um trem – sim, vagões como se fosse um veículo ferroviário mas com a diferença de que eles voam. Ou seria melhor dizer volitam.

Enquanto passam acima de minha cabeça, penso que se acordar eu terei ‘pano pras mangas’ do que, vez por outra, acontece quando sonho com aviões.

Em alguns deles, vejo aeronaves viajando detrás para frente. Outras voando tão baixo que é possível tocá-las.  Lembro-me de um cargueiro que descia tão baixo ali pelos lados do Montese, bairrro da capital cearense, que era possível ver o piloto acenando para alguém na terra.

O que esses sonhos querem dizer, eu não sei. Curiosamente, sempre que sonho com um deles, acontece de surgir eventos ligados à morte de alguém famoso ou algum desastre, tipo terremoto ou coisa parecida.

Toc toc toc... para que nada aconteça.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

OS DOIS CÃES QUE ALIMENTO

de Nonato Albuquerque.



Há um cão dentro em mim que ladra e morde

Toda vez que uma palavra insana o provoca.

Reage bruto e rude, desde que assim o acorde

E dê a ração da qual se alimenta em sua toca



Há, no entanto, um outro cão, sereno e calmo,

Que se faz prestativo e dócil, um cão presente.

Que me dá segurança e comigo, palmo a palmo,

Anda, assim eu o deseje, assim eu o alimente.



Vez em quando me flagro intempestivo e forte

A bramir raivoso o instinto que eu comporte;

É que dou talas para que o cão se mostre audaz.



Toda vez, porém, que todo gesto meu insista

Em ser calmo e dócil, o que eu exponho à vista

É o cão sereno em mim que vence o cão mordaz.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

PAPA SE DEMITE EM GESTO DE GRANDEZA

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Vai-se Bento, fica um Petrus
afinal, esse é o nome de quem comanda a barca da Igreja. 
Nela, assentam-se os vermelhos cardinalícios,
eleitores do compromisso para que a cabeça da católica religião não fique sem o centro de suas decisões. 


Enquanto o mundo se divertia com as 'follies' de carnaval, o solitário papa se comprazia a anunciar sua renúncia. Surpresa entre fiéis, compreensão maior entre aqueles que não o seguiam, mas sabem ser cientes dessa necessidade. 

O gesto, humilde e corajoso a um só tempo,  só tem similar no já distante século dezoito quando Gregório abdicou do título, para acabar com as disputas de poder dentro da Igreja durante o período do Grande Cisma do Ocidente – uma crise na Igreja Católica que perdurou de 1378 a 1417. 

Gestos de lucidez para quem já empreende um tempo de vida, concernente com seus domínios pessoais e que se sabe, os anos acabam tirando até mesmo dos sábios esse vigor com que se nutriram os mandatários do Poder romano religioso. 

Bento XVI encarou um período de escândalos e sofrimentos que chegaram a expor a conservadora denominação, e que, até hoje, é discutida via denúncias do mordomo de sua santidade.  

Bento XVI é um herói que soube crescer ao anunciar seu próprio corte, por entender que a Igreja precisa de sangue novo e que suas forças já não conseguem mobilizar o intrínseco sistema de convivência dentro de um mecanismo que exige humildade, prudência, sentido e lógica de raciocínio. 

Quem pensa nisso, entende o gesto e Bento XVI. E crê que a barca de Pedro, jamais estará sem governante. Cristo é o nauta, e no encrespado mar da vida, ele aguarda a postura de cada um.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A LEI QUE EXPLICA TRAGÉDIAS COLETIVAS



E se fossem as vítimas de Santa Maria,
herdeiras de equivocadas existências
que, uma vez seguinte, viessem à Terra
cumprir a paga de um doloroso resgate?

E se fossem elas, essas almas antigas 
Que cumprissem plano do ideal sagrado
de vir em outra vida restituir a dívida
que contraíram em passagem recente?

E se o gás cianídrico exalado por todos
Fosse o fio condutor que a lei operasse  
para cobrar equívocos de antigas eras?

Germânicos atos, campos de extermínio,
presos conduzidos a falsos banheiros,
Algozes revisam hoje o passado sombrio.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A Ciência do eu que a ayahuasca revela


Escrevo (do meu celular) da cama, onde acabei de acordar, para narrar um sonho que tive ainda há pouco. Nele, uma profunda lição de espiritualidade.

Encontrava-me numa sala de aula. Um professor falava sobre a proposta das religiões de mediar a relação entre os mundos físico e espiritual. O famoso religare de que se conceitua a própria expressão religião. Os alunos atentos, acompanhamos a dissertação do mestre em torno de um mecanismo utilizado por fieis ao tomarem o chá 'ayhuasca', conhecido no Brasil como o chá do Santo Daime.

Aproveito para corrigir uma citação do mestre relacionada, mais precisamente à  questão de que o chá teria tão somente efeitos alucinógenos e só era utilizado por pessoas ignorantes.

Professor, interrompo-lhe a narrativa, "deve estar havendo um pequeno equívoco".

Conto-lhe então, com experiência de quem já foi membro da UDV-União do Vegetal e com passagens pelo Santo Daime, que ali não se processa nada mais que o cumprimento da expressão máxima do 'religare'. E pessoas de formação acadêmica - como professores, médicos, economistas, empresários, jornalistas - participam.

- A Ciência já define a existencia de uma dimensão suprareal. Muito embora avançados em termos desse conhecimento, ainda estamos muito distantes de compreender as relações que unem os mecanismos de como isso funciona.

E apontando para a porta de um móvel, que venho a descobrir é a porta do meu guarda-roupa  - na verdade, noto para minha surpresa que estou dentro do meu próprio quarto  -, digo que nem é uma experiência alucinógena, a de fazer uso da ayhuasca, nem tampouco é algo que esteja ligado a ignorância religiosa, como entendi ele dissertar.

- O conhecimento humano é ainda tão insípido que, por isso mesmo, ainda é eivado de enganos. O chá é um portal para a Luz da sabedoria humana. Ela fortalece os laços da dimensionalidade extra corpórea. Nos permite acesso ao interior de nosso eu mais profundo, sendo a chave que elimina as barreiras sensoriais de nosso contato com o "Reino" de que falava o Cristo.

"A ciência da alma é uma realidade; contudo ainda não detemos cientistas da alma, capazes de largar suas idiossincrasias pessoais  e abraçar o conhecimento do eu de que falavam os gregos.

Dito isso, fui me acordando e lembrando-me da revelação em toda sua extensão.