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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

PAPA SE DEMITE EM GESTO DE GRANDEZA

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Vai-se Bento, fica um Petrus
afinal, esse é o nome de quem comanda a barca da Igreja. 
Nela, assentam-se os vermelhos cardinalícios,
eleitores do compromisso para que a cabeça da católica religião não fique sem o centro de suas decisões. 


Enquanto o mundo se divertia com as 'follies' de carnaval, o solitário papa se comprazia a anunciar sua renúncia. Surpresa entre fiéis, compreensão maior entre aqueles que não o seguiam, mas sabem ser cientes dessa necessidade. 

O gesto, humilde e corajoso a um só tempo,  só tem similar no já distante século dezoito quando Gregório abdicou do título, para acabar com as disputas de poder dentro da Igreja durante o período do Grande Cisma do Ocidente – uma crise na Igreja Católica que perdurou de 1378 a 1417. 

Gestos de lucidez para quem já empreende um tempo de vida, concernente com seus domínios pessoais e que se sabe, os anos acabam tirando até mesmo dos sábios esse vigor com que se nutriram os mandatários do Poder romano religioso. 

Bento XVI encarou um período de escândalos e sofrimentos que chegaram a expor a conservadora denominação, e que, até hoje, é discutida via denúncias do mordomo de sua santidade.  

Bento XVI é um herói que soube crescer ao anunciar seu próprio corte, por entender que a Igreja precisa de sangue novo e que suas forças já não conseguem mobilizar o intrínseco sistema de convivência dentro de um mecanismo que exige humildade, prudência, sentido e lógica de raciocínio. 

Quem pensa nisso, entende o gesto e Bento XVI. E crê que a barca de Pedro, jamais estará sem governante. Cristo é o nauta, e no encrespado mar da vida, ele aguarda a postura de cada um.