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domingo, 1 de setembro de 2013

Despertar em outra dimensão

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E na outra margem do rio, que Aqueronte fora nas escritas passadas, o ritmo da vida ressurge. Ex-ocupantes de um vôo sem destino, que terminou no meio da viagem, narram suas surpreendentes descobertas. Depois do choque, no umbral entre a vida física e a dimensão da energia, eles retomam a verticalidade de seus corpos e adentram à nova realidade que surge. 

Na entrevista calcada de sentimentos de saudade e de comoção, narrativas que marcam muito. Uma senhora corpulenta e de pernas grossas, tez rosada e face arrredondada, conta que antes da ocorrência, uma corrente energética submeteu a todos os passageiros e tripulantes a uma espécie de dormência, como se um manto hipnótico invisível se derramasse por todo o interior da aeronave. 

Todos adormeceram, fugindo  ao compromisso de dor e sofrimento, até despertarem do sono em ambientes fluídicos movidos por uma serena vibração. Uma criança reclamou a presença da mãe, alijada para um nível diverso enquanto mentores do Bem buscavam, de forma branda, conscientizar as personalidades ali presentes à nova consciência. 

Um venerando servidor de barba e cabeça brancas adentrou a sala para em suaves toques de energia, remover os elementos rudimentares que se acorrentavam ao corpo sutil. Em passes ritmados, cada um ia recebendo os fluidos necessários ao refazimento da consciência. Era o despertar em outra dimensão.