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domingo, 27 de janeiro de 2013

MEMÓRIA. A tragédia no circo (Irmão X)

Psicografia de Chico Xavier

Naquela noite, da época recuada de 177, o concilium de Lião regurgitava de povo.Não se tratava de nenhuma das assembléias tradicionais da Gália, junto ao altar do Imperador, e sim de compacto ajuntamento.Marco Aurélio reinava, piedoso, e, embora não houvesse lavrado qualquer resolução em prejuízo maior dos cristãos, permitira se aplicassem na cidade, com o máximo rigor, todas as leis existentes contra eles.Ninguém examinava necessidades ou condições.Mulheres e crianças, velhos e doentes, tanto quanto homens válidos e personalidades prestigiosas, que se declarassem fiéis ao Nazareno, eram detidos, torturados e eliminados sumariamente.

Através do espesso casario, a montante da confluência do Ródano e do Saône, multiplicavam-se prisões, e no sopé da encosta, mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, levantando-se altos tapumes em torno de enorme arena.As pessoas representativas do mundo lionês eram sacrificadas no lar ou barbaramente espancadas no campo, enviando-se os desfavorecidos da fortuna, inclusive grande massa de escravos, ao regozijo público.

As feras pareciam agora entorpecidas, após massacrarem milhares de vítimas, nas mandíbulas sanguissedentas. Em razão disso, inventavam-se tormentos novos.Verdugos inconscientes ideavam estranhos suplícios.Senhoras cultas e meninas ingênuas eram desrespeitadas antes que lhes decepassem a cabeça, anciães indefesos viam-se chicoteados até a morte. Meninos apartados do reduto familiar eram vendidos a mercadores em trânsito, para servirem de escravos domésticos em províncias distantes, e nobres senhores tombavam assassinados nas próprias vinhas.Mais de vinte mil pessoas já haviam sido mortas.

Naquela noite, a que acima nos referimos, anunciou-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do Imperador por se haver distinguido contra a usurpação do general Avídio Cássio, e que se inclinava agora a merecido repouso.Imaginaram-se, para logo, comemorações a caráter.Por esse motivo, enquanto lá fora se acotovelavam gladiadores e trovadores, o patrício Álcio Plancus, que se dizia descendente do fundador da cidade, presidia a reunião a pedido do Propretor (magistrado abaixo do Juíz), programando os festejos.

- Além das saudações, diante dos carros que chegarão de Viena - dizia, algo tocado pelo vinho abundante -, é preciso que o circo nos dê alguma cena de exceção...

O lutador Setímio poderia arregimentar os melhores homens; contudo, não bastaria renovar o quadro de atletas...

- A equipe de dançarinas nunca esteve melhor - aventou Caio Marcelino, antigo legionário da Bretanha que se enriquecera no saque.

- Sim, sim... - concordou Álcio - instruiremos Musônia para que os bailados permaneçam à altura...- Providenciaremos um encontro de auroques (boi selvagem, bisão) - lembrou Pérsio Níger.- Auroques! Auroques!... - clamou a turba em aprovação.

- Excelente lembrança! - falou Plancus em voz mais alta - mas, em consideração ao visitante, é imperioso acrescentar alguma novidade que Roma não conheça...

- Um grito horrível nasceu da assembléia:- Cristãos às feras! Cristãos às feras!Asserenado o vozerio, tornou o chefe do conselho:

- Isso não constitui novidade! E há circunstâncias desfavoráveis. Os leões recém-chegados da África estão preguiçosos...Sorriu com malícia.

- Ouvi, porém, alguns companheiros, ainda hoje, e apresentaremos um plano que espero resulte certo. Poderíamos reunir,nesta noite, aproximadamente mil crianças e mulheres cristãs, guardando-as nos cárceres... E, amanhã, coroando as homenagens, ajuntá-las-emos na arena, molhada de resinas e devidamente cercada de farpas embebidas em óleo, deixando apenas passagem estreita para a liberação das mais fortes. Depois de mostradas festivamente em público, incendiaremos toda a área, deitando sobre elas os velhos cavalos que já não sirvam aos nossos jogos...

Realmente, as chamas e as patas dos animais formarão muitos lances inéditos...

- Muito bem! Muito bem! - rugiu a multidão, de ponta a ponta da sala.- Urge o tempo - gritou Plancus - e precisamos do concurso de todos... Não possuímos guardas suficientes...E erguendo ainda mais o tom de voz:

- Levante a mão direita quem esteja disposto a cooperar.Centenas de circunstantes, incluindo mulheres robustas, mostraram destra ao alto, aplaudindo em delírio.Encorajado pelo entusiasmo geral, e desejando distribuir a tarefa com todos os voluntários, o dirigente da noite enunciou, sarcástico e inflexível:

- Cada um de nós traga um... Essas pragas jazem escondidas por toda parte... Caçá-las e exterminá-las é o serviço da hora...

***
Durante a noite inteira, mais de mil pessoas, ávidas de crueldade, vasculharam residências humildes e, no dia subsequente, ao Sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, no fim de soberbo espetáculo, encontraram a morte, queimadas nas chamas alteadas ao sopro do vento, ou despedaçadas pelos cavalos em correria.

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Quase dezoito séculos passaram sobre o tenebroso acontecimento... Entretanto, a justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis, que, em diversas posições de idade física, se reuniram de novo para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, na cidade brasileira de Niterói, em comovedora tragédia num circo.

(Extraído do livro "Cartas e Crônicas", psicografia Francisco C. Xavier, pelo espírito Irmão X, texto de número "6", 9a. Edição pela FEP)

SEGURANÇA. Normas são fiscalizadas?

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Depois da tragédia de Santa Maria - já que brasileiro só fecha a porta depois de roubado -, seria conveniente que as autoridades exigissem uma fiscalização nas condições de segurança das casas noturnas que reúnem grandes multidões. 

Existem portas de saída no caso de um incêndio? Como é que uma boate funciona com apenas uma porta de acesso e saída? Os tecidos usados na decoração estão entre aqueles exigidos para se evitar a propagação de fogo? As fiscalizações de liberação de funcionamento têm acompanhamento? 

Os bombeiros, por exemplo, poderiam ter uma planilha que indicasse a data de vencimento dos alvarás para exigir a fiscalização e consequente renovação. Muitas normas de segurança existem, porém, será que elas são cumpridas? 

Empresários, muitas vezes, na tentativa de economizar, compra material de baixa qualidade deixando abertas chances de riscos para a clientela.

Um técnico em segurança orientou hoje para que a população constitua uma comissão para c obrar em cada cidade do Brasil, como estão funcionando esses locais de grande acesso de público. E ele relacionou centros esportivos, boates, igrejas, clubes, cinemas, teatros. E cobrar a parte das autoridades no cumprimento das normas. 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

VOCÊ SE LEMBRA DO QUE OUVE NOS SONHOS?

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Guardar os sonhos na memória é tarefa dificil. Principalmente, porque no meio da noite, depois de tê-los, é comum a gente retornar ao sono e ao acordar lembrar-se apenas de alguns detalhes. Com o passar dos dias, aquilo vai se diluindo até você não se lembrar mais com os detalhes enquanto os vivia. 

Eu tenho a mania de anotar os sonhos que tenho. Faz é tempo, isso. E, confesso, que ajuda a ter uma compreensão melhor do que eles dizem. Há alguns sonhos meus que são inesquecíveis. Prometo contá-los em outra postagem. 

Agpora preciso redigir aqui, a frase que ouvi hoje de noite enquanto sonhava ouvir a palestra de um amigo meu e que está na vida física. 

"Há lucros que a gente obtém com mais intensidade do que apenas o pó de pão". 

!!!