Diante do cavaleiro audaz que, intrépido, avança
As armas contrárias da defesa logo se desfazem.
Sob os cascos dos corcéis corpos muitos jazem,
Nos caminhos do mundo, por onde a dor se lança.
Rastros de ódio enxameiam o solo, onde fazem
A cruzada maldita do medo, sem dar esperança
A que ninguém sobreviva; a nada se comprazem.
Selam um pacto de ódio, no reino dessa vingança
Os anos voam, os corpos mudam e, nesse limiar
De eras novas, vêem-se os loucos transmutados
Em outros seres, tomados por pútridas feridas.
É que as bênçãos dos céus vêm a todos cobrar
A dívida contraída a outros em dias já passados
Para que se cumpra o destino da lei em outras vidas.
Inspirado em Jésus Gonçalves