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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

P de poesia

Eu tenho mil anos em meus costados;
que a embalagem minha agora me desmente.
Fui ateu e profecei todos tratados
de fé, como qualquer fiel mais crente.

Andei lavrando terras com arados,
Nelas recolhi frutos, onde semente
Deixei. Em vidas outras fomos escravizados
E noutras eu fui senhor deles somente.

Depois de tantos anos de porfia
Comendo o pão que o outro amassou
Nasci herdeiro de um reino absolutista

Morri de fome de amor, por ironia
Embora tudo tivesse. E agora me restou
Ser aprendiz da doutrina espiritista.