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sexta-feira, 10 de maio de 2019

Doce e bom mistério

eu sou do novo mandamento, escravo 
que da lei manda obediente, eu siga 
com todo o zelo com que desagravo 
o instante medo que meu peito abriga 

eu sou da nota de uma canção antiga 
um sopro como se tocado a um cravo 
nela revelo o bem que ainda me liga 
aos que imaginam eu seja assim tão bravo

sou das manhãs onde acordo e durmo 
os sonhos bons que acreditar eu venha 
revelar neles o doce e bom mistério 

de que, na vida, com ela eu me enturmo 
de que da morte eu sempre me abstenha 
e a ser dela apenas após o cemitério.