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segunda-feira, 13 de maio de 2013


Escritos Meus
Na semeadura do bem, a virtude sábia das mãos

de Nonato Albuquerque 
De todos os sentidos da humana raça, o do tato complementa a riqueza maior da divina perfeição. Nas mãos, a criatura traz imantados os segredos do ontem e do amanhã, que traduzidos por almas de sensíveis virtudes são capazes de unir vidas em comuns.

É que nas palmas das mãos estão impregnados todos os sinais das vidas multiplicadas. O que para alguns pode transparecer mera ação do destino, para outros não passa da formalizada escritura que as almas encarceradas no vaso de carne trazem como memórias e roteiros.

Se na visão, no olfato, na audição ou no paladar, é possível surgirem interferências capazes de anular a capacidade de alguns desses sentidos, no entanto, o tato guarda resistências incomuns.

Alguém que não tenha ou venha a perder a capacidade de ver, pode muito facilmente desenvolver pelas mãos a oportuna chance de enxergar através delas. O tato, complementado pela audição, tem sido guia importante dos deficientes visuais.

As mãos, segundo aquele antigo e apreciável monólogo, são a propriedade mais fascinante do ser humano. Elas auxiliam no esforço do nascer e acompanham o invidívuo ao longo de toda a sua existência para, ao final dela, executarem a dança dos adeuses aos que se antecipam na viagem.

Por isso mesmo, as mãos que semeiam virtudes, automaticamente colhem frutos de temperança. As que abrigam e ajudam necessitados, associam-se ao recolhimento de bençãos de luz. Mas as que se negam ao pleno exercício do Bem, irremediavelmente consignam para si os efeitos da Lei, transmitindo a outras mãos a tarefa de bater o martelo da Justiça a fim de que corrija ao que foi violado.

No exercício diário dos que movimentam as mãos em busca do pão da sobrevivência, a orquestra da Vida rege a divina paritura da mais completa sabedoria, da qual a soberania da Vida se promulga em forma de progresso material e espiritual.