Arquivo do blog

domingo, 28 de novembro de 2021

Esperança



O mundo se transformou muito.

Não sei como, nem porque

Há marcas de destruição por todo lado.

Voltamos a um tempo sombrio,

Onde perdemos feio para as máquinas ;

Elas dominaram nossos campos de ação.

Elas nos dominaram. E há um sentimento de perda

Escancarada à vista de todos os sobreviventes.

Onde se plantou pás eólicas para captar do vento a energia,

Destroços enferrujados tomam contas das hélices;

Há vestígios de edifícios no que sobrou das edificações

A exporem seus ferros que o concreto escondia.

É tempo de separação. Já não há tanto joio

E o trigo da colheita precisa ser colhido

Por mãos jardineiras que sabem cuidar de flores.

O campo está aberto a novas explorações.

Onde habitavam homens, as feras têm domínio.

Onde havia guerra, as marcas do insucesso.

De tudo e de todos, sobramos nós

Procurando destrinchar o arquivo desse tempo

Que passou por entre os dedos como areia fina.

Já não somos o que fomos; duvido muito

Que seremos o que desejamos no passaqdo.

As sombras desceram sobre a Terra

E guardamos a nossa luz interior 

debaixo de alqueires de terra insersíveis. 

Apesar de tudo e de todos, 

a esperança é uma rosa de plástico, 

plantada num vidro fácil de ser quebrado. 


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

CURRICULUM MORTIS

 


AS MAÇÃS MAIS SÃS

 


quinta-feira, 11 de novembro de 2021

APELO

 ESCRITOS MEUS 

Apelo 

Nonato Albuquerque


Se minha voz, por acaso ou por descaso, se calar, 

não emudeça a sua. 

Fale o quanto for possível para que acorde

o acorde do meu som retido na garganta.

Se me detiverem os passos, caminhante eu vacile, 

Por favor, ajude-me

a seguir nos braços teus por onde tu andares.

Se minhas mãos não escreverem mais uma só linha 

ajuda a tecer com os olhos

o fio do coração a transmutar do silêncio o meu discurso. 

Que eu não sou de me calar diante de qualquer tropeço.

Muito menos ainda, 

deixar de ouvir as vozes que se afinam aos sons da minha. 

Prometo andar contigo um século inteiro e mais um dia, 

Até que eu, essência, 

me liberte do casulo-corpo e circunavegue as alturas.

terça-feira, 9 de novembro de 2021

ESCRITOS MEUS - Anos passarão

Anos passarão

E o mundo nunca guardará
A imagem de um Mozart envelhecido;
Ele nunca foi assim visto.
Poucos saberão
Do rosto verdadeiro do Cristo
Embora pintores tenham o retratado
E o dignificado em gravuras.
Quantas páginas
Beethoven rasgou para finalizar
A sua Quinta, já quase ensurdecido
E sem poder ouvi-la?
Nem as lágrimas
Das viúvas de Valentino lavarão
A saudade dele que ainda é enorme
E nunca acabará.
O mundo é imenso,
Mas o Tempo insiste em brincar
Sempre de esconde-esconde e ocultar
Personagens muitos.
Quem poderá dizer
Com certeza, o que serei eu amanhã
Se a visibilidade do que sou agora
Vier a esvanecer-se hoje?...

ESCRITOS MEUS - Kardec e os missionários da Luz

Kardec e os missionários da luz


Missionários da Luz
descem à Terra, silentes,
Pra semear com Jesus
Suas mais puras sementes
Eles retomam a cruz
E dela se tornam crentes;
Sua mensagem seduz
A todos seres viventes.
Kardec é a expressão
De amor à causa cristã
que tudo muda e encerra
Kardec é a sagração
da prometida manhã
que o Cristo deixou pra Terra.

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

LAVRADIA ou CAPIM DE ESTRADA

 Quando for hora de eu ir embora, 

vamos juntos, que não vou sozinho

por medo da estrada, no caminho

onde outros não voltaram até agora.


Quando eu sentir bem que é a hora

Eu largo tudo e vou devagarinho

atrás de quem me dispensou carinho 

ganhar o mundo, dia ou noite afora.

 


Eu sou assim e quem já me conhece

sabe que não deixo para um outro dia

o que tiver de se fazer agora, hoje. 


Sou como capim de estrada, que cresce

inda que ninguém plante. Sua lavradia

se faz, pois do destino ele não foge.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

EM BUSCA DA TAL FELICIDADE


Eu nunca estive cheio de mim. 

De nada. 

Por isso eu achar tão estranho 

quem diz 

estar cheio disso e daquilo 

e faz cada 

tolice, quando podia apenas viver, 

ser feliz. 


Eu sei bem que quem abre a boca 

e diz 

que tudo vai mal, deve tá com 

a pá virada 

talvez se melindre com coisas 

mais sutis

e é preciso mudar, dar uma outra 

repaginada. 


se por cada problema que nos apareça 

a gente vá esquentar, e quebrar tudo 

vamos acabar fora de toda a realidade. 


não se pode por pouco, quebrar a cabeça 

sempre ouvi dizer que tem bobo pra tudo 

só não tem quem não busque a tal felicidade.