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Se você amanheceu na Terra esquecido de quem foi, mesmo achando saber-se quem é, trate de recapitular as lembranças perdidas no tempo. Elas
dizem de vidas múltiplas, multiplicadas em afetos, consignadas em rotinas de
trabalho e marcadas pela esperança do conhecimento do eu.
Você não é o que é, tampouco o que os outros vêem em você.
Somos espíritos endividados com a Luz, vivendo momentaneamente uma experiência
humana. Trazemos ao presente, as reminiscências do ontem, para que a nova
investidura na carne corrija em nós os desmandos antigos e fortaleça os acertos
do hoje.
Se não encontra resposta mais evidente a essas minhas
afirmações é que a misericórdia divina nos auxilia com o véu de Isis, ocultando
as paixões mais densas do passado, subtraindo os conflitos mais arraigados da alienada vivência,
permitindo-nos que nos apliquemos aos métodos conscienciais das virtudes mais sagradas.
No entanto, creia que o que está oculto sob o olhar deste
tempo, não está de todo banido da nossa mais entranhada essência. Tudo se acumula
como lições e, pouco a pouco, vão se diluindo a cada manifestação de bem que se
fizer.
Adotadas as virtuosas práticas do amor, as dores se
convertem em pontos de luz equacionados em forças geratrizes de bênçãos. Elas
vão delineando o perfil do novo ser que sua alma esconde e que se projeta em
feitos, por alguns considerados miraculosos, quando na verdade nada mais são que
a sagração natural da eficácia e do destino humanos.
Por isso, se você amanheceu nessa existência, achando-se
deslocado no tempo e no espaço, conclame suas forças interiores a cumprirem o
império do Bem e todas as fontes vivas do Universo se abrirão em sua direção e deixarão fluir pelas vielas
dessa experiencia vida, rios de luz para que se confirme e se cumpra o
primado da paz que é desejo de todos.
De uma coisa, porém, você nunca deve esquecer: as asas de anjo que lhe aguardam para o vôo na outra dimensão esperam apenas que o fluido do Amor seja
o combustível itinerante dessa atual jornada terrena.