Quando através do sono nos libertamos temporariamente do escafandro corporal, volitamos por entre a dimensão do eu mais puro e visualizamos cenas que, geralmente, só os sonhos conseguem externar. É do substrato desses sonhos - e da criação poética - que se constitui este diário, revelando a incrível magia da dimensão da espiritualidade.
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sábado, 26 de dezembro de 2020
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
A MAIS BELA HISTÓRIA DE TODOS OS TEMPOS
Fim de ano
Parece um filme já visto. Com todo o ‘script’
bem detalhado. Figurinos definidos de forma luxuosa. A mesa posta com os frutos
da terra amadurecidos. Animais saídos do forno agorinha. Um pinheiro comprado
de liquidação; que todo o ano é armado e desarmado, com a precisão britânica
entre dezembro e seis de janeiro.
Os atores têm cada um, o seu papel
ensaiado; a trilha sonora é a mesma há quantos anos? E na hora da ceia, a
família reunida como quando na hora do jantar nunca mais se reunira.
Esse filme hoje é visto com as cores da
magia do Natal junto aos enfeites da
árvore mágica, que dá presentes de montão. Há luzes em profusão, crianças
correndo em volta, familiarizando-se com os presentes. E um bom velhinho de
vermelho, num País onde o vermelho foi amaldiçoado para todo o sempre pelos
ineptos de plantão.
Que título se daria a esse filme? “A
grande noite”. “Noite Feliz”. A luz do mundo”. “Jesus”.
É interessante: o protagonista maior
dessa peça é largado a um canto do esquecimento como se fosse um mal
coadjuvante.
Que o digam os anúncios das lojas. As
vitrines expondo brilho e carestia. Todos se nominando filhos de Papai Noel –
como se a figura tecida da lenda viva de São Nicolau fosse o dono da festa.
Na versão 2020 deste filme, algo
diferente. Os participantes já não falam tanto da festa, mas da impossibilidade
de festeja-la à exemplo de outros anos.
Lá fora, uma tempestade continua
assustando as pessoas – e não é por conta da neve que, em algumas locações do
filme, esteja desabando. Mas é um monstro terrível, como nunca antes os
roteiristas de Hollywood imaginaram para as produções de terror: um vírus.
Infinitamente pequeno. Que não vemos, mas que suas vítimas o sentem e como se
numa produção hitockokiana vão sendo varridas da cena, sem direito a exéquias,
a serem veladas, a terem acompanhamento aos campos santos.
Alguém que chegasse agora e pegasse a
última fala, pensaria num filme de zumbis.
Como um diretor de cinema, temos o
direito de gritar: CORTA!
...
Estamos falando do filme onde o super-herói
tem DNA divino. É “star” por vir do mais distante altiplano do cosmos. Que vem
ao abismo da Terra, nessa noite manifestar-se na tela de nossa mente sob os
auspícios da promessa de que, um dia, a noite terrena seria iluminada por uma
estrela radiante. Não uma qualquer, como as muitas que Hollywood produzia. Mas
uma estrela de quintessenciada grandeza. Cuja citação do seu nome basta para transformar
no íntimo de cada um
Ele é o Messias que vem ascensionado
pela promessa de renovo. De mudança. Que de forma cinematográfica consegue encarnar
o seu papel em nós, para nos dizer que há um reino afortunado de bênçãos,
instalado no palácio do nosso coração... que vive em nós e que, ingênuos,
andamos tateando pelo mundo em busca de outra felicidade.
Jesus é o ideal ansiado por Deus para
cada um de nós. Ele não é uma religião, ele é a religião. Ele não é o Senhor
Todo Poderoso chefão, a estabelecer protocolos rígidos para nossa convivência. Ele
resumiu seu roteiro em dois marcantes tempos: amar a Deus, sobre todas as
coisas, e ao próximo como a si mesmo.
Aqueles que amam apenas os super heróis
das gavetas, os grandes aventureiros da
Marvel; os que obedecem às ordens dos comerciantes da fé, esquecidos de que o
Bom Pastor veio cuidar do rebanho terreno para que ele progrida e não caia nas garras
do lobo da maldade; esse herói está de volta, agora. No final de um ano atípico
– ímpar, embora termine em 20 – e que
exigiu o sacrifício de tantos em favor da bem-aventurança que há de se
estabelecer depois da vacina.
BEM AVENTURADOS OS MANSOS E OS
PACÍFICOS PORQUE ELES HERDARÃO A TERRA.
Os sobrevivente desta pandemia precisam
se conscientizar de que, agora, o Planeta entra em sua fase de transição;
deixando o velho argumento de provas e expiações, como foram nas produções de
violência do cinema, para adentrar na sua fase de regeneração. A Terra é
destinada a ser o jardim do Cosmos.
Que cada um de nós tome para si a
tarefa de ser um jardineiro desse novo momento. E que se plante amor, pois esse
é um fruto que dá em abundância, assim como na parábola do semeador ensinada
pelo Cristo, que deseja renascer na manjedoura dos nossos corações.
Que cada um de nós tenha essa
compreensão e leve para o ano novo, o compromisso de sermos melhores, mais
justos, mais saudáveis, menos egoístas, sublimando a caridade como a pontuação
mais importante deste filme.
Vamos dar cinco estrelas para essa
versão nova do Natal que, neste final de dezembro, pede de nós o aplauso ao
ator principal dessa mais bela história de todos os tempos. A de Jesus.
O ANO É NOVO
O ano é novo
mas o povo é o mesmo:
não quer nem ovo
e vive assim a esmo.
Se veste de branco
para se parecer puro;
pra pegar o tranco
salta ondas no Futuro.
Faz uma enorme lista
tudo falsa promessa:
De ir mais ao dentista
E estudar a beça.
Começar enfim
aquele velho regime,
dar a algum vício fim
Como fumar que é crime
Ano novo, vida nova
Diz o velho deitado
Enquanto aguarda a prova
Da São Silvestre, o coitado
nem sabe que logo mais
muda este ano de cara;
O povo querendo paz
e quando a tem não encara.
PASSAGEM DE ANO
passagem de ano
Senhores do mundo,
atentai bem: sobre nossas cabeças
ergue-se a luminosa força do novo tempo que se
anuncia;
pêndula agitada de uma ponta a outra dos nossos
ombros
como se chama ardente a orientar o próprio deus
Cronos.
É preciso agir para que seus dias, ainda invisíveis
aos olhos,
se estabeleçam plenos e busquem no cumprimento de
ações
o verdadeiro desiderato do amor que partilham seres voltados,
nesse momento, à celebrar o rito de passagem do
ano.
Não vos desvencilheis da própria rotina que ora
abraçais,
cientes de que o pão da Vida se confirma no labor
diário
Do esforço que podermos empreender para melhorar o
mundo.
É dessa forma que o calendário retoma a contagem
dos dias
e repõe a cada novo ano, o prazeroso ardor de uma
paixão antiga:
De que o Tempo nos vence, ainda que o contrário
imaginemos.
PROMESSAS DE ANO NOVO
Dos anos que passaram, guardem-se as
lembranças;
que, elas, sirvam de alento. Lições
para o futuro.
Abracemos o que virá em meio as
esperanças
que o mundo será melhor e muito mais
seguro
Que possa o novo ano, trazer nessas
mudanças,
o quinhão do bem, lançando fora o que
abjuro.
Que eu possa ter a simplicidade das
crianças
e conviver com o espírito sereno mais
procuro.
Também são esses votos que a todos
transmito,
na hora em que elevo a voz e ao Deus do
infinito
rogo que estejamos em paz durante o ano
novo
para sermos fortes, nesse tempo que
hoje muda.
Que ele nos traga a sorte e nos sirva
de ajuda
para transformar o mundo e ajudar ao
nosso povo.
sábado, 12 de dezembro de 2020
CINE(DILE)MA
Quem é o menino
Que no meio
da noite, chora, chora e chora?
da voz da
mãe, uma canção que ouvi outrora
canta em
desatino.
Quem é o
pequeno
que me parece
ter chegado agora há pouco
e chora e
chora e chora que até parece rouco
em meio ao
canto ameno?
Quem é a mãe
chorosa
Que a
barragem dos seus olhos se rompeu
ao ver o
filho amado entre a Terra e o céu
em morte dolorosa
...
Do choro incontido
só vim ter
respostas dois mil anos depois disto
soube que
era de Jesus e a dor da mãe do Cristo
que havia
assistido.
Saí do
cinema
Achando que
já vira esse filme noutros momentos
E que a memória
da alma libertara fragmentos
Do meu
dilema.
CRISTO ANIVERSARIANTE
A parte do bem que toca
Quando toca o
coração
É a parte onde se foca
Hora bendita da razão.
Do bem se
nutre a paixão
Quando cada
um invoca
A força numa canção
Que o céu
inteiro provoca.
Filhos do
bem, amor eterno
Foquem na paz, o principal
Motivo de
amor desse instante.
Envolvê-lo-á
o dom fraterno
Que nos inspira o Natal
com Cristo aniversariante.
sábado, 5 de dezembro de 2020
O GRITO QUE O MAR HUMANO ME SUFOCOU
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
OUTROS MARES ESCONDEM OUTROS PORTOS
Minha alma em meus cantares vagueia aflita, triste.
O beijo glacial da morte roubou-me toda a graça
da vida que eu vivi e eu sei que ainda existe,
entre o prazer da carne e o fogo da desgraça.
No pórtico sombrio, onde hoje eu monto praça,
ruídos de silêncio, Uma sombra que insiste
Em me envolver em meio a toda essa trapaça.
Eu, morto-vivo, vivo morto como deduziste.
No mausoléu de ossos que são os cemitérios
Eu vejo ainda os vivos expondo sua descrença;
achando que somos todos para sempre mortos
Eu morro de rir, em meio a esses mistérios.
Pois sigo navegante nas águas de outra crença,
por saber que outros mares escondem outros portos.