Em meio à desvairada alegria da festa, alguns espíritos brincalhões se oportunizam da energia vibrante dos foliões para tirar de certa forma, algum proveito, havendo mesmo os que agem de forma vingativa contra os seus antigos oponentes, chegando a ponto de provocar-lhes a morte.
É que, despidos do invólucro de carne pelo fenômeno da chamada morte, eles se aproveitam da ocasião para se entorpecerem ao vapor do álcool emanado dos que o ingerem, numa postura que se assemelha a larvas que se aderem aos seus objetos de desejo. E assim, os "mortos" aspiram o ar destilado pelas mentes dos narcotizados que se excederam no consumo da bebida.
No entanto, para que esse fenômeno ocorra, necessário é que haja da parte de sua vítima alguma permissão ou algum tipo de demonstração que mova a turba obssessora a esse designo. É a questão da sintonia mental.
Na mulher fantasiada de cortesã, a exibir o corpo seminu na avenida, os pervertidos da carne se associam conjuntamente. No adicto do álcool e de outras substâncias tóxicas, fumegam os que perderam o campo físico por conta do estado alcoólico comatoso.
Durante a onda festiva do carnaval, a visão do sagrado foi deturpada e, por conseguinte, os excessos cometidos na profana festa atraem sempre os anônimos mortos, a acompanharem a procissão dos chamados vivos atrás do trio elétrico.