Quando através do sono nos libertamos temporariamente do escafandro corporal, volitamos por entre a dimensão do eu mais puro e visualizamos cenas que, geralmente, só os sonhos conseguem externar. É do substrato desses sonhos - e da criação poética - que se constitui este diário, revelando a incrível magia da dimensão da espiritualidade.
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terça-feira, 25 de setembro de 2018
sexta-feira, 21 de setembro de 2018
P DE POESIA - A MÁQUINA DE LAVAR
a máquina de lavar
Nonato Albuquerque
Em frente à maquina de lavar,
dispo-me de meus preconceitos;
A camisa de força da ignorância
e as calças apertadas do egoísmo.
As vestes rotas do passado,
as lanço num canto da sala.
As meias idéias que eu calcei,
descalço-me de todos os erros.
Em frente à máquina de lavar
Retiro minha armadura e ponho
Fora todos os meus desenganos.
E só assim, afinal de contas,
É que eu entro na máquina
E lavo todos os meus pecados.
Nonato Albuquerque
Em frente à maquina de lavar,
dispo-me de meus preconceitos;
A camisa de força da ignorância
e as calças apertadas do egoísmo.
As vestes rotas do passado,
as lanço num canto da sala.
As meias idéias que eu calcei,
descalço-me de todos os erros.
Em frente à máquina de lavar
Retiro minha armadura e ponho
Fora todos os meus desenganos.
E só assim, afinal de contas,
É que eu entro na máquina
E lavo todos os meus pecados.
p de poesia RENASCIDO EM DORES
RENASCIDO EM DORES
Nonato Albuquerque
Caminhante eu, era de outroras eras,
Entre bárbaros sequazes, vilões cruéis
A destruir sonhos, ideais, quimeras,
Por conquistas vãs, parcos lauréis.
Imaginava com assédio dessas feras,
O ideal: sagrar-me rei de antigos infiéis.
Arrostava sob o guante das esferas
Do mal, a sanha indomável dos corcéis.
Desolados corações deixei à passagem
Da horda sedentária, ruminei plagas,
A bramir ódio sob todos estertores.
Em armadura de carne e na voragem
Do tempo, me vi; corpo repleto em chagas
Para cumprir a Lei, renascido em dores.
(Inspirado em Jésus Gonçalves)
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
NOS BAILES DO FIM DO MUNDO
NOS BAILES DO FIM DO MUNDO
Nonato Albuquerque
Nonato Albuquerque
Nos bailes do fim do mundo,
Com quem dançará Fred Astaire?
Ingrid terá reencontrado Rosselini?
Para quem mostrará a língua Einstein?
Dumont terá ganho asas que nem seu 14 Bis?
Com quem dançará Fred Astaire?
Ingrid terá reencontrado Rosselini?
Para quem mostrará a língua Einstein?
Dumont terá ganho asas que nem seu 14 Bis?
No oco do mundo para onde as almas migram
Chaplin terá visto Oona e emudecido
outros seres com seu eterno vagabundo?
Beethoven, terá ouvido os sons da Nona Sinfonia?
Mahatma Gandhi tecido um outro dhoti?
Chaplin terá visto Oona e emudecido
outros seres com seu eterno vagabundo?
Beethoven, terá ouvido os sons da Nona Sinfonia?
Mahatma Gandhi tecido um outro dhoti?
Quando passou para a dimensão da Luz
Walter Elias terá construído uma ‘Disney Heaven’?
Coexistirá com Albino, o sorriso Luciani?
Em que cinema Federico estará Felini?
Como estarão Franco, Mussolini, DeGaulle, Roosevelt
E ‘ele’, que não ouso nem citar o nome?
Walter Elias terá construído uma ‘Disney Heaven’?
Coexistirá com Albino, o sorriso Luciani?
Em que cinema Federico estará Felini?
Como estarão Franco, Mussolini, DeGaulle, Roosevelt
E ‘ele’, que não ouso nem citar o nome?
Todos esses mitos humanos passaram
E hoje rumino o ontem de onde eles saíram
para mostrar como é fugaz a vida na matéria.
Com quem partilhará seus sonhos Jackeline?
Keneddy, o John? Ou Aristoteles Onassis?
E hoje rumino o ontem de onde eles saíram
para mostrar como é fugaz a vida na matéria.
Com quem partilhará seus sonhos Jackeline?
Keneddy, o John? Ou Aristoteles Onassis?
E aquele anjo bom que adotou Calcutá por sobrenome,
Teresa, madre, mãe dos pobres... como estará?
Nos bailes do fim do mundo,
Deborah ainda Kerr que Gregory Peck?
Teresa, madre, mãe dos pobres... como estará?
Nos bailes do fim do mundo,
Deborah ainda Kerr que Gregory Peck?
FOME E SEDE DE DEUS
FOME E SEDE DE DEUS
nonato albuquerque
No rio das muitas águas de meu peito
Navegam queixas, transbordam mágoas
Silenciosos cardumes se estreitam
No aguardo de chegarem à superfície
Quando choro, o anzol do desespero
Trata de içá-los em meio às lágrimas
E o aço das lâminas corrige o rumo
Transportando-os a outra dimensão
Quem para estancar essa correnteza
Que devasta minha alma inconsolável?
Todo rio reclama caminhos oceânicos
Se Pedro fez-se pescador de homens
Quero ser peixe para matar nas redes
Essa fome enorme de Deus em mim
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
P de poesia
Eu tenho mil anos em meus costados;
que a embalagem minha agora me desmente.
Fui ateu e profecei todos tratados
de fé, como qualquer fiel mais crente.
Andei lavrando terras com arados,
Nelas recolhi frutos, onde semente
Deixei. Em vidas outras fomos escravizados
E noutras eu fui senhor deles somente.
Depois de tantos anos de porfia
Comendo o pão que o outro amassou
Nasci herdeiro de um reino absolutista
Morri de fome de amor, por ironia
Embora tudo tivesse. E agora me restou
Ser aprendiz da doutrina espiritista.
que a embalagem minha agora me desmente.
Fui ateu e profecei todos tratados
de fé, como qualquer fiel mais crente.
Andei lavrando terras com arados,
Nelas recolhi frutos, onde semente
Deixei. Em vidas outras fomos escravizados
E noutras eu fui senhor deles somente.
Depois de tantos anos de porfia
Comendo o pão que o outro amassou
Nasci herdeiro de um reino absolutista
Morri de fome de amor, por ironia
Embora tudo tivesse. E agora me restou
Ser aprendiz da doutrina espiritista.
domingo, 9 de setembro de 2018
O POETA MANDRIÃO
O POETA MANDRIÃO
nonato albuquerque
Olhos de mandrião, sou eu quem busco
As cenas do pretérito em terras minhas
Onde poeta, logrei por entre as linhas
Ser feitor de versos a pleno lusco-fusco
Imagens me trouxeram as andorinhas
nas cumeeiras do casario etrusco
E a pachorrenta noite a cair de brusco
Por sobre os mil telhados de Azevinhas
Nela, pastoreei almas em romagens
Do evangelho crístico, tomei prumo
Buscando ser fiel a esse nóvel trabalho
De volta ao exílio, já n´outras paragens
Revela-se a veia poética que ainda assumo
E que me nomina ser Chico Carvalho
...
Inspirado em Fco. Carvalho
a quem muito tenho apreço
eu, essa peça inacabada
Nonato Albuquerque
Eu teço o texto de meus textos com paixão (e compaixão...)
São linhas filtradas no meu próprio sangue,
que as palavras têm essa propriedade incomum
de injetar líquido na solidez das conversas.
São linhas filtradas no meu próprio sangue,
que as palavras têm essa propriedade incomum
de injetar líquido na solidez das conversas.
Arremato as pregas de cada frase com fino trato,
e vou alinhavando as sobras com meu jeito de ser:
Sou operário de quem pensa seja eu poeta,
mais vítima do poema que seu próprio executor
e vou alinhavando as sobras com meu jeito de ser:
Sou operário de quem pensa seja eu poeta,
mais vítima do poema que seu próprio executor
Ah! meus tempos de diálogos travados em outras eras
onde o corte deixado pela minha lâmina-língua
fazia calar realmente os que não sabiam falar.
onde o corte deixado pela minha lâmina-língua
fazia calar realmente os que não sabiam falar.
Hoje, distante de tudo e de mim mesmo, rebusco na memória perdida do tempo, alguma lembrança que me dê certeza de ser eu, essa peça inacabada
sábado, 8 de setembro de 2018
OVELHA NEGRA DE OUTROS PASTOS
Eu não sei escrever do jeito que os poetas escrevem.
Eu nem sei escrever bem;
mas a força de provar que eu vivo esse domínio novo
me lança a essa empreitada.
Eu sou quem fui e quem nem sempre imaginei ter sido
um vagabundo e marginal
vivi os tropeços da juventude e, quando envelhecido,
carreei todos os males.
Fui um mísero humano que não deixei marca alguma
mas alguns se lembram
de um anônimo figurante que vivia da bondade alheia
pelas ruas e avenidas.
cheguei ao porto desse ponto, onde chegam as almas
torturado de dor ainda
e não fossem mãos caridosas de afeições amigas
eu não saberia como ser.
Venho pois agradecer, através dessa carta simplória
aos que me ajudaram.
Deus proteja suas vidas enquanto vidas todos tiverem
assim como protegeram a minha.
Obrigado amigos, que o Bom Pastor, meigo e sereno,
acolha a todos hoje e sempre.
Pois em seu redil, eu ovelha negra de outros pastos
fui acolhido por seus santos anjos.
VIDA DE ARTISTA
Ídolos da humanidade, em função da arte,
quando retornam ao átrio da espiritualidade
recordam histórias que viveram, destarte,
algumas fossem tristes para a humanidade.
Um deles revive a hora amarga; o enfarte,
com a paleta nas mãos em plena atividade;
a perda do domínio das cores e o descarte
do modelo corpóreo seu, inda em tão breve idade.
Ao lado de Gaugin, Vincent hoje deplora
a cena que o fez cortar a própria orelha
em uma discussão tão fútil hoje assim vista
a dupla pincela os fatos enquanto se prepara
para atender a uma missão onde se espelha
as cores do perdão em outra vida de artista
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
Estagiários da fé
Por onde andam os estagiários da fé,
que bebem os ensinos;
se empanturram de teses;
discutem com seus pares;
mas, diante da necessária ação,
se desqualificam por não praticarem.
Os céus não os eximem do serviço prático.
E aguarda de cada um,
a disponibilidade do serviço.
Amar e servir são lemas
que a doutrina dos anjos espera de todos
os que se voluntariam ao trabalho do Cristo.
Ação. Mais ação. Ação...
Reunião de 07.09.2018
Extratos da alma
Quando no concerto celeste da formação terrena, o Senhor do Universo, compôs esse magnífico hino de amor, incluindo este orbe como parte de sua sinfonia, instruiu ao homem descer aos abismos e, a partir do esforço comum, rumar ao seu proveitoso destino.
Ao contrário dos irracionais de importância incomum no cenário da Terra, deu-lhe o Senhor o dom sagrado de o homem manter-se ereto, além da formidável condição de pensar, falar e instruir-se '"ad infinitum".
O tempo passou e provou que a humana espécie era, em sua maioria, contraditória aos anseios da divina essência. Ao invés de passageiro do Planeta, quis se assenhorar dele. Tornar-se absoluto dono.
Ao invés de fertilizar as terras muitas com a abundância da lavra fecunda e partilhar o resultado das colheitas, o racional ser impôs na sua caminhada, o poder do ter. De usufruir e recolher para si, os frutos - impedindo que seus iguais, também, pudessem tirar do lucro a parte lhes devida. Criou-se um mercado de proveitos que, ambicionado por eles, deixaria a espécie cativa de si mesma.
Hoje, quando a Terra assinala um tempo de cansaço, por conta da devastação causada pela inépcia do homem, espíritos missionados aterram ao Planeta, com as instruções de recolher desse fardo de dor e de lamentos, aqueles a quem não se deve a honra de herdeiros.
Eles serão conduzidos a extremos locais, com igual capacidade de agir para, uma vez seguinte, retornarem aos campos da obsequiosa ajuda divina e tentarem um novo e diferente plantio.
Nenhum dos integrantes dessa espécie, quase falida humanisticamente, ficará a esmo nesses novos ambientes. A razão lhes permitirá o acesso às condições de sobrevivência.
Da memória conduzida pelos arquivos da alma, um sublime fluxo de energia auxiliará a cada um, ter uma leve intuição de que seu destino são as estrelas. E eles, certamente, ambientados pela luz da razão, acolherão esses indícios, evitando ambicionar o abismo a que a ignorância os conduz.
Esse é um extrato supremo da verdade que acompanha cada alma centralizada no orbe terrestre, cujo destino por sua vez é lançar-se ao primado superior do progresso, partilhando junto às inúmeras outras regiões do cosmos a sua evolutiva destinação.
A PESTE
Na seara do divino mestre, acontecia
reunião de amigos, voluntários da paz.
Buscavam entender porquê a minoria
dos maus ainda se insurge aos demais.
Cada um dos que, ali, de amor se nutria
aguardava saber o que a todos compraz
"Quando virá a era em que se anuncia
terá a Terra um nível que mais satisfaz?"
Um anjo de guarda, pediu a palavra
falou do encanto que a união propicia
em busca de achar a resposta celeste.
"A mudança virá quando quem nela lavra,
semear o amor e colher com a alegria,
a derrota do mal que na Terra ainda é peste.
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
CANGACEIROS NO ALÉM
Antigos espíritos, egressos da carne
de um tempo inglório, era do cangaço,
chegaram chagados aqui no espaço
depois de passar por atroz desencarne
carregando mágoas e ledos enganos
por atos insanos por si cometidos
jungidos de dor, chegaram esquecidos
quem são, quem foram todos esses anos
estacionados agora, cada um só aguarda
seguir dos seus guias o doce conselho
de voltar à Terra, uma vez seguinte
Tentar, nessa escola, com uma nova farda
estudar as lições comuns do evangelho
e esquecer o que foram no século XX.
SE EU FOSSE RICO
Se eu fosse rico, dizia o cidadão de meia idade,
Eu saberia exatamente o que fazer da riqueza.
Daria metade para ajudar a essa pobreza
E a outra metade me bastaria à felicidade.
Eu saberia exatamente o que fazer da riqueza.
Daria metade para ajudar a essa pobreza
E a outra metade me bastaria à felicidade.
Se eu fosse rico, falava ainda com mais alarde,
Não deixaria mesmo ninguém morrer de fome
daria abrigo e pão aos sem teto e aos sem nome
faria felizes a todos, antes que fosse tarde.
Não deixaria mesmo ninguém morrer de fome
daria abrigo e pão aos sem teto e aos sem nome
faria felizes a todos, antes que fosse tarde.
Nisso, no meio da conversa, chega o carteiro,
entrega-lhe uma carta, que ele lê por inteiro.
E era carta de cobrança, dívida medonha.
entrega-lhe uma carta, que ele lê por inteiro.
E era carta de cobrança, dívida medonha.
O amigo que lhe ouvia atentamente a tudo
Diz-lhe, "compadre, seja pobre, mas contudo,
vá pagar suas contas e só depois ‘cê’ sonha".
Diz-lhe, "compadre, seja pobre, mas contudo,
vá pagar suas contas e só depois ‘cê’ sonha".
(Nonato Albuquerque)
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Na noite em que o Museu Nacional do Rio de Janeiro se consumia em chamas, eu sonho percirrendpo caminho de trabalhadores do CEJE buscando meios para atender aos seus necessitados.
Há uma enorme camada de areia pelo caminho e eu consigo subir a elevacaede um morro, passando por dentro do que resta de um prédio destrides. Num deles a inscrição: 9 de abril de 1909.
Há uma enorme camada de areia pelo caminho e eu consigo subir a elevacaede um morro, passando por dentro do que resta de um prédio destrides. Num deles a inscrição: 9 de abril de 1909.
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