Arquivo do blog

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

AS OUTRAS BEM-AVENTURANÇAS


as outras bem-aventuranças
Nonato Albuquerque

Bem aventurados, os homens de poucas letras e de muito saber em quem a Natureza expõe toda a sua maestria.
Bem aventurados, os sem esperança mas que acham motivos para derramar nos outros as chances de um tempo melhor.
Bem aventurados, os que navegam pela Terra sem bússola, sem rumo e conseguem auxiliar numa rua, a travessia dos sem memória.
Bem aventurados, os profetas que anunciam chuva e inverno
e mesmo que lhe dêem as costas, sua ciência é verdade exata.

Bem aventurados, os que se acham solitários por sobre o planeta, mas abrigam em si o conhecimento de que somos uma só família.
Bem aventurados os homens e mulheres de idéias luminosas
cujo facho de luz se projeta em favor não de si mas dos outros.

Bem aventurados, os que amam e embora não haja reciprocidade, magnificam a Vida com sua luminosa presença de paz...
Bem aventurados, os que auxiliam os deserdados do bem ainda que nem considerem ser possuidores dessa sagrada virtude.
Bem aventurados, sejam todos e todas!

P DE POESIA - A PENA DE TALIÃO E A SENTENÇA DE JESUS

A PENA DE TALIÃO E A SENTENÇA DE JESUS 
nonato albuquerque

No dia em que trouxeram à sua presença
a mulher adúltera, flagrada em pecado,
o mestre Jesus, pelos escribas instigado,
detém-se a fazer valer ágil, sua sentença.

- Qual seria a punição, segundo sua crença,
se de Moisés, o talião era o fiel legado?
Jesus escreve na areia, compenetrado,
Cada falha de quem incita essa querença

Ante o silêncio do Messias, a turba dividida
Quer ouvir a resposta, saber qual a saída
O mestre de Israel dará ao caso relatado.

Jesus pára a lista, que cada vez se medra,
E diz aos fariseus "atire a primeira pedra
Aquele que se achar no mundo sem pecado".

(Nonato Albuquerque)
CurtirMostrar mais reações
Comentar

O CONTO DA LÂMPADA QUEIMADA

VIDAS MÚLTIPLAS 

o conto da lâmpada queimada

No tempo em que os bichos e as coisas falavam, duas lâmpadas tiveram um choque de idéias. Uma dizia que uma outra lâmpada da sala havia sucumbido.

- Ela apagou-se! - dizia uma

- Não, ela parece apenas ter cochilado - dizia outra desconfiada.

- Pois eu acho que ela se queimou.
- Queimou nada, mor-reu!
- Pois sempre ouví dizer que toda luz que se apaga, um dia volta a acender de novo.
- Conversa besta, quem morre, nunca mais vive
Ficaram nessa discussão toda que entrou noite à dentro, até que um velho lampião de gás, desses antigos que guardam sabedoria e experiência, reivindicou a palavra e acendeu sua luz sobre o assunto.
- Calma, minhas irmãs.
Nem tudo que reluz é ouro, já dizia o antigo ditado. Mas nem tudo que deixa de ser, quer dizer que acabou. A luz não morre. O corpo de vidro pode quebrar, acabar; mas a energia é contínua.
Dia virá, insistiu ele, que alguém com outra lâmpada a reinstalará no espaço vazio deixado pela lâmpada quebrada. E aí, uma vez seguinte, tudo voltará a se iluminar. É a lei da Vida. E ela é plena. Contínua. Sempre.
As duas lâmpadas piscaram agradecidas, no exato instante que uma mão acionou a tomada e as tirou de cena. O lampião baixou seu fogo e adormeceu tranquilo.

Nonato Albuquerque

P DE POESIA - AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO

AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO
Onde antes brincavam, hoje só descansam.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso 
acrescentam textura nova às velhas marcas.
Onde antes primavera, o outono delineia-se.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
A tantas outras com quem cruzaram caminhos,
E despediram-se com promessas de voltar.
Falo das mãos, essas ferramentas indispensáveis
que amanhecem desde o despertar da existência
E atravessam rios de tempo, ruas de conversas,
até chegarem ao ocaso de todas essas andanças
Mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
Que mãos invisíveis amarfanharam através dos anos.
de Nonato Albuquerque

CLASSIFICADO ARREGIMENTA ALMAS BENFEITORAS


Eu, viajante do astral, tomei ciência esta noite de curioso anúncio publicado num dos classificados da colônia onde uma equipe de trabalhadores, ainda enfaixado nas vestes carnais, buscava expandir noções em torno de nossa vida futura. O texto, resumidamente, dizia: 

********


“Precisa-se com urgência de almas voluntárias que possam descer à superfície da Terra, em missão das mais nobres e edificantes. O planeta passa por ingente transição em demanda a novos tempos.
E, em meio a situações adversas, necessário se faz ação itinerante de anônimos voluntários do Bem, compromissados com a paz e que possam estabelecer nos domínios do planeta, os ensinos expressos nos currículos da evolução moral.
A terapêutica a ser empregada se pauta nas bases da pedagogia cristã, onde Amar é o verbo edificante.
Entre aqueles que manifestarem interesse em incorporar-se aos grupos de regeneradora ajuda, requisita-se desprendimento do Ser, almagamado pela luz interior para o enfrentamento com as sombrias formas que se opõem ao estabelecimento do Reino. Elas, sem dúvida alguma, haverão de interpor-se nesse caminho.
Do currículo dessas almas benfeitoras exige-se o aprimorado das virtudes celestiais, como luminosa essência a sedimentar os frutos que advirão.
Na escola em regime de múltiplas transformações, Cristo é o modelo maior e as bases de sua doutrina o currículo essencial para a auto-transformação do novo homem que há dois mil anos as gerações alimentam..."

*****
Interessado em saber se aquela chamada destinava-se apenas e tão somente aos requisitados para nova turma de almas que se encarnarão no orbe terreno, ouvi de um assistente a indicação de que o anúncio se destinava a todos, inclusive, a nós que ainda habitamos a carne e já temos conhecimento das iniciativas do Bem.

27.AGOSTO.2016

domingo, 26 de agosto de 2018

ALMA DESNUDA

Eu ponho em tuas mãos, a adaga neste enfado 
que a vida me impôs por tema-mor desafio. 
Se as abaixas contra mim, terás-me então ceifado  
o elo que ainda me resta por esse tênue fio.

De longínquas paragens, eu fui convocado 
a externar o pensamento meu, inda sombrio.
Tenho ânsias de falar; de não ficar calado
por temer no silêncio o peso do alvedrio. 

Sou de eras que larguei à custo de desprezo;
por não enfrentar chacotas e tontices vis, 
silenciei uma vida por uma outra mais calma. 

Ao romper relações com quem tinha mais vezo 
apaguei a esperança de um dia ser feliz. 
Pois ao despir meu corpo, eu desnudei minha alma. 

Nonato Albuquerque 
21.13 - 26.AGOSTO.18

quarta-feira, 22 de agosto de 2018


igual a fantasma, sem eira, nem beira,
vago pelas ruas e noites de meus dias
a assombrar a mim mesmo na esteira
de lamentações muitas e de agonias.

quem me trouxe até essas paragens
e me largou aqui, feito cão sem dono?
eu não conheço esses vultos e imagens
que comigo se arrastam em abandono.

dizem que eu morri; isso, aquilo e mais. 
é tanta conversa besta que eu escuto
que eu tô ficando louco com essa má sorte.

carrego um fardo enorme, não tenho paz.
será que não veem que eu já estou puto
com tudo isso que me dizem ser a morte?

DE QUEM SÃO ESSES VERSOS?


Falemos de nós.
Por onde começar?
Do fim, sejamos claro.
Viajaram-me,
sem direito a bagagem
e sem roteiro.
Cheguei rindo.
Mangando da estória
do fim da Vida.
Porque não existe
isso de fim, morte,
ponto final.  
A gente embarca,
chega ao destino
e tudo recomeça.
Sou novato,
mas já encontrei
caras de outros dias.
A nenhum eu pedi
informações de céu
ou de inferno.
Todos trabalham,
vivem suas vidas
ainda que mortos.
É tão engraçado.
Vive-se, sofre-se
mas não se morre.
Por isso mesmo
venho dizer aqui
que sou eu.
Acreditem ou não
o tempo dirá
a cada um a verdade.
Vivam e depois
de tudo, irão
confirmar o que digo.

O KARMA DA IMIGRAÇÃO


vidas humanas arquivam memórias
que a força do tempo cavalga com elas.
A cada vivência revelam-se histórias
de riso e de dor, de bens e mazelas.

Há em cada uma, ligações notórias
com vidas outras, cheias de querelas;
e ao tempo de cobranças meritórias,
coleta-se o valor de cada uma delas

o êxodo de imigrantes em nossos dias
são dívidas de um ciclo oitocentista
em que sacrificaram índios e nordestinos.

o quinhão genocida, à custa das correrias,
é cobrado a quem não o quitou à vista
e se comprometeu com todos esses destinos.

O ANSEIO DA FOLHA

O anseio da folha
Para a sede de minhas raízes saciarem
Só preciso da Vida, o néctar de uma gota.
Prometo a paga em grãos. Flores. Frutos,
A fim de alimentar os anseios do Homem.

JOGO DE PALAVRAS

Escritos Meus
JOGO DE PALAVRAS
um pouco do que sou, não sou eu...
e muito do que já fui, não mais estou.
sou antes do futuro, o que é presença;
depois do que já fui e já passou.
eu sou antes de tudo o que exerço
com a mão ou com o olhar que abrigo
sou o que avança meu passo e se tropeço,
calo a voz e falo a mim o que eu não digo...
de NONATO ALBUQUERQUE

O ANJO QUE COLECIONAVA PEDRAS

Escritos Meus
O anjo que colecionava pedras

Meu avô, chegado aos 80 anos, agricultor felizardo,
conhecedor da Natureza como da vida que é sábia,
teve ao chegar a esse ocaso, um hábito nada explicável
de juntar pedras ao longo da cerca do quintal de casa.

Sempre que voltava da roça, trazia pedras bem torneadas;
colocava-as religiosamente, uma a uma, nas cercas de gado,
numa postura que intrigava a todos nós, descendentes,
como se recriasse ali um templo sagrado aos menires.

dizem que, no dia em que ele completou o quadrilátero
do quintal com as pedras que cumulava de atenção,
seu coração virou pedra, parou. Ele deixou de ser vivo.

e, num sonho que eu tive com ele em figura de anjo,
meu avô me contava que as pedras significavam o elo
que faltava para contar seus dias nessa vida de humano.

ANDEI

A N D E I
Andei desconcertado, opus N, quase nada,
nessas linhas bem traçadas
das vielas onde andei.
Andei feito um bicho louco, de 7 ou 8 cabeças.
procurando quem me esqueça
nas vielas onde andei.
Andei assim, meio parado, pé no porto, inseguro
pedindo dinheiro a juro
pagar jurando andei.
Andei dez mil léguas, dei 80 voltas ao mundo,
para lembrar que eu sou Raimundo
se batizado fui... não sei.

POESIA DESTE SÁBADO

ESCRITOS MEUS
poesia deste sábado
Anos passarão
E o mundo nunca guardará 
A imagem de um Mozart envelhecido;
Ele nunca foi assim visto.

Poucos saberão
Do rosto verdadeiro do Cristo
Embora pintores tenham o retratado
E o dignificado em gravuras.
Quantas páginas
Beethoven rasgou para finalizar
A sua Quinta, já quase ensurdecido
E sem poder ouvi-la?
Nem as lágrimas
Das viúvas de Valentino lavarão
A saudade dele que ainda é enorme
E nunca acabará.
O mundo é imenso,
Mas o Tempo insiste em brincar
Sempre de esconde-esconde e ocultar
Personagens muitos.
Quem poderá dizer
Com certeza, o que serei eu amanhã
Se a visibilidade do que sou agora
Vier a esvanecer-se hoje?...

OS RUMOS DE TODOS OS RIOS

ESCRITOS MEUS
Os rumos de todos os rios
quando as dúvidas assaltarem sua mente
para decidir entre duas coisas, fique forte, 
escolha aquela que seu coração mais sente
ser necessária pra dar à Vida um passaporte.
se diante de uma encruzilhada, de repente,
der o rumo de seus passos, não se importe;
analise, pense bem, vá sempre em frente
pois o céu fará cumprir o que compete à sorte.
não se intimide em buscar sempre a verdade,
onde quer que você vá; é a companhia
mais sensata diante desses desafios
Eleja o amor que sempre atrai a amizade
e expulsa a dor repondo o mar de alegria
para onde fluem na existência todos os rios.

VIDA PASSAGEIRA - O CORPO, SEU TRANSPORTE

ESCRITOS MEUS,
vida passageira, o corpo, seu transporte
Faltavam só algumas notas,
para que a sinfonia inacabada, assim não fosse.
Alguns minutos apenas,
para que a poção de Romeu efeito não tivesse.
Para que o trem fora dos trilhos, não saltasse
a vida de Camilo e Castelo aqui vivesse.
Se James não perdesse o controle do carro
o mito Dean não se faria assim tão trágico.
Faltou uma palavra a Alfonsina para evitar
que ela se lançasse ao mar como rede de pesca.
Um grito de alerta ao soldado desconhecido
para evitar o petardo explodindo aos seus pés.
Uma mão corajosa para assinar o fim de Hitler,
ao invés do sacrifício de tantos povos na Europa.
Faltou coragem a Pilatos que, ao lavar as mãos,
não sujasse seu nome para todos os séculos...
Nos falta entender o que Deus quis dizer a todos nós
quando colocou o Super-Homem cadeirante.
Eu sei que tudo que sei, nada consegue explicar,
porque também nos faltam notas, minutos, palavras,
alertas, coragem e, principalmente, entendimento
de que a Vida é passageira; o corpo, seu transporte.

ESCRITOS MEUS - Apelo

Nonato Albuquerque
ESCRITOS MEUS
Apelo
Nonato Albuquerque
Se minha voz, por acaso ou por descaso, se calar, 
não emudeça a sua.
Fale o quanto for possível para que acorde
o acorde do meu som retido na garganta.
Se me detiverem os passos, caminhante eu vacile,
Por favor, ajude-me
a seguir nos braços teus por onde tu andares.
Se minhas mãos não escreverem mais uma só linha
ajuda a tecer com os olhos
o fio do coração a transmutar do silêncio o meu discurso.
Que eu não sou de me calar diante de qualquer tropeço.
Muito menos ainda,
deixar de ouvir as vozes que se afinam aos sons da minha.
Prometo andar contigo um século inteiro e mais um dia,
Até que eu, essência,
me liberte do casulo-corpo e circunavegue as alturas.

AS OUTRAS BEM-AVENTURANÇAS



AS OUTRAS BEM-AVENTURANÇAS 
texto de Nonato Albuquerque

Bem aventurados, os homens de poucas letras e de muito saber em quem a Natureza expõe toda a sua maestria.

Bem aventurados, os sem esperança mas que acham motivos para derramar nos outros as chances de um tempo melhor.

Bem aventurados, os que navegam pela Terra sem bússola, sem rumo e conseguem auxiliar numa rua, a travessia dos sem memória.

Bem aventurados, os profetas que anunciam chuva e inverno e mesmo que lhe dêem as costas, sua ciência é verdade exata.

Bem aventurados, os que se acham solitários por sobre o planeta, mas abrigam em si o conhecimento de que somos uma só família.

Bem aventurados os homens e mulheres de idéias luminosas cujo facho de luz se projeta em favor não de si mas dos outros.

Bem aventurados, os que amam e embora não haja reciprocidade, magnificam a Vida com sua luminosa presença de paz...

Bem aventurados, todos e todas que auxiliam os deserdados do bem ainda que nem considerem ser possuidores dessa sagrada virtude.

Bem aventurados, sejam todos e todas!

POEMA INVERTIDO




POEMA INVERTIDO
Altar interior

O coração sagrado do maior herói 
repousa num baú, entre trastes velhos; 
à espera, provavelmente, de mudanças.

Era tão belo o quadro que se via 
na sala de visitas de cada casa, 
por onde circulava, dom(in)ada, a família.

Ao lado desse coração, o de Maria 
Era o par perfeito que se desejava 
Como modelo a ser seguido por todas 
aquelas em sua maternal religiosidade.

O mundo mudou muito ultimamente. 
Retirados da parede, todos os quadros 
Dos santos de nossa maior devoção... 
Eles morreram em nosso altar interior.

ESCRITOS MEUS - A MONTANHA DO SERMÃO

ESCRITOS MEUS 
A montanha do sermão 
Nonato Albuquerque

Na manhã ambientada de luz e de suave brisa aromática, o mestre reuniu-se outra vez a seus discípulos, depois de um dia em que explicara à multidão sobre as primícias do reino.
Falara-lhes das bem-aventuranças e dos designos de Deus para a enorme multidão que sofregava experiência na colônia terrena. Dissera-lhe do amor do pai divino em relação à justiça para com seus filhos. Admoestara-os a servir ao bem e a entesourar as riquezas morais como único apanágio para se acercarem das claridades vindouras.
Discípulos haviam, contudo, que não conseguiram captar em toda a sua extensão a diáfana mensagem do alto, principalmente nas referências sobre os herdeiros da vida futura.
Compreensivo, o mestre acercou-se do grupo e juntando à palavra, o carinhoso gesto de quem explica, teceu comentários sobre o Sermão da Montanha.
A montanha, na verdade, é o caminho ascensional por onde todos nós trilhamos a jornada vivencial na escola da Terra. O disciplinamento e a prática constante do bem, configuram-se como extratos maiores para o saldo de nossas bonificações.
Jesus, a entidade santa que visitava pessoalmente a escola de refazimento e progresso, confidenciou aos disciípulos que, no planeta, a humanidade estava dividida entre os seres aflitos que voltam do ontem para sequenciar o aprendizado na carne, passando pelos pobres de espírito e os que buscam o aprimoramento no saber espiritual.
Os primeiros, carregavam cruzes dolorosas repatriando o passado de outras fronteiras. Choram dores físicas e morais, sentem fome e sede de justiça e se descobrem necessitados da matéria. "Felizes os que sabem ultrapassar essa fase e atingir o degrau dos pobres de espírito. Uma vida melhor irá consolá-los", asseverou o mestre.
- Mas como justificar de "bem aventurados, os que são pobres de espírito" -, interrogou um dos presentes.
Em verdade vos digo, felizes os que mendigam as verdades do Espírito', acentuou o mestre, considerando primordial a ação daqueles seres que já superaram a vaidade e o orgulho e buscam as coisas do alto em detrimento das riquezas materiais. "Deles é a certeza do reinado do Bem na Terra", complementou.
O mestre lembrou, também, a escala de aprimoramento dos que já ultrapassaram a fase da dor e da busca de sua fé, e reconciliam suas atitudes através da pureza do coração. "São almas assemelhadas a crianças e elas, certamente, verão a Deus em toda a sua luminescência", comparou.
Cristo continuou a mostrar os graduados seguintes da escola terrena. "Os que formam os grupos dos mansos e pacíficos, voltarão à Terra e habitarão na era de transformação do planeta".
Num grau ainda mais evoluído, Jesus apontou para os seres que já ultrapassaram todas as distenções e barreiras impeditivas do avanço moral. "Eles acrescentaram aos valores da mansuetude e pacificidade, o glorioso lema da misericórdia. Felizes, porque eles alcançarão esse alvo comum".
Diante do exposto, os discípulos sentiram a compreensão das etapas de cada um dos que vivenciam na Terra, a experiência vida. E, individualmente, puseram-se a imaginar em que grau de aprimoramento e progresso cada um deles se encontrava exatamente.
(Escrito em 18 de agosto de 2001)

P DE POESIA - UM TEMPO BATE PONTO NO MEU PEITO

ESCRITOS MEUS 
um tempo bate ponto no meu peito 
Nonato Albuquerque

Um passeio pela cidade, no fim de tarde. 
Sol indo pro repouso. 
O leste de Fortaleza cresce em sombras. 
Pessoas pela ponte dos ingleses. 
Um vento que chega acordando o passado. 
Lembranças de outras tardes já dormidas. 
Gente embarcando pr´outros rumos. 
Idas e vindas de todos nós. 
Hoje, a ponte dos ingleses é monumento 
a ligar o que se foi ao que se vê... 
um grupo de golfinhos anunciando o fim-do-dia. 
O sol lento caindo de cansaço no horizonte. 
Minha vista turva querendo limpar a minha mente 
dessa saudade. 
De um tempo que (dizem) não viví, 
mas que insiste em bater ponto no meu peito.

P DE POESIA - O QUE NOS ENSINOU JESUS

SIGAMOS O QUE NOS ENSINOU JESUS 
Nonato Albuquerque

Tantos crimes, tanta violência. 
O mundo passa por mudança. 
O homem com toda sua Ciência
não muda o ritmo dessa dança.

Planos surgem, neles a ingerência
Do Estado busca ganhar confiança
Do povo que, sem mais ter paciência 
Roga a Deus, sua última esperança.

Violência, fruto da desumanidade,
Ricos com muito e o povo sem nada
Leva entre dores sua enorme cruz.

Educar desde a menor idade, 
Para que ao fim de cada jornada 
Sigamos o que nos ensinou Jesus

P DE POESIA - IMPRESSÕES A primeira e a última

IMPRESSÕES: A primeira e a última
Não creio nos homens que faltam com a palavra,
que fazem trapaças, 
que geram confiança quando buscam votos 
e, quando eleitos, fazem tudo
para apagar em todos nós 
a primeira impressão.

Não creio nas coisas que dizem esses homens
que só trapaceiam 
e buscam beneficiar-se
depois de se fazerem santos para se revelar 
verdadeiros demônios 
na primeira ocasião.

Não vivo esse tempo de homens abjetos
Que fazem qualquer coisa 
para se sentirem bem sem levar em conta 
a avaliação daqueles 
que deles têm uma definitiva 
e última opinião.

Por isso, não conto tempo, não somo suas coisas
E, tampouco, eu divido 
com esses homens sem respeito, 
que anoitecem na vida
mesmo quando 
ainda é manhã.

P DE POESIA - UM POEMA QUE ABENÇOA OS HOMENS E AVIVA OS MORTOS

UM POEMA QUE ABENÇOA OS 
HOMENS E AVIVA OS MORTOS
Nonato Albuquerque

O poeta diz, lembrando outro poeta, que o dia mais feliz de sua vida foi quando descobriu que fazia poemas sem saber que também era poeta...

Thiago de Mello ao lembrar Bandeira, me faz viajar nas asas da imaginaçãoe procurar no fundo da memória o dia em que me descobri poemando.

Eu não era nada, além do que eu sabia; de poeta que escreve versos sem rimae prosa nas conversas um pouco poesia.

Mas era tudo, falando comigo mesmo das coisas que descobri serem poemas,que abençoam homens e avivam os mortos.