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quinta-feira, 8 de abril de 2021

PELAS MÃOS DA CIÊNCIA

 PELAS MÃOS DA CIÊNCIA

(Nonato Albuquerque, de quarentena in 8.4.2020)
Há quanto tempo, eu não chorava com imagens
como as que assisti vendo cidades combalidas.
Milhares de chineses em silenciosas homenagens
aos que tiveram as vidas de seu povo interrompidas.
As dores minhas são as dores d´outras paragens,
por conta do vírus que deixa cidades destruídas.
Que matam idosos, sustam o comércio e as viagens
afetam pessoas, entre as ricas e as mais desprovidas
O mundo nunca passou por algo igual. Semelhante
apenas às eras da peste negra e a gripe espanhola,
quando muitos pereceram por falta de assistência.
Hoje, com tudo globalizado, se torna importante
fugir do abraço, do beijo. Não ir à rua, nem a escola.
Só rezar! Que a salvação virá pelas mãos da Ciência.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

SALADA DE FRUTAS



segunda-feira, 5 de abril de 2021

ENFIM, NÓS

Enfim, nós

separados depois de uma vida boa

aqui a sós

quando já não me sinto mais Pessoa. 

 

Enfim, sós

amanhecido em outros novos planos,

com os nós

da carne desatados após tantos anos.

 

Somos, enfim

O que éramos quando assim

já fomos

 

um pedaço de mim

ficou em ti como nós dois 

supomos.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

ALMA VERTICALIZADA NO INFINITO

ODE A LAURO RUIZ DE ANDRADE


Na vida, minha luta constante

foi para que na hora da morte

meu corpo fosse num instante

plantado em pé, em alto porte

 

No fim, ao tentar o passaporte

para a vida eterna e triunfante

Nem como cobaia tive a sorte

De ser no projeto, executante

 

A vida de todos é a passagem

 que o ‘pessach’ judeu lembra

na fuga desse povo do Egito.

 

Na morte, me tornei visagem.

Liberta, a alma se desmembra

a verticalizar-se no infinito


Próximo dia completa 110 anos do poeta Lauro César Ruiz de Andrade, escritor e colaborador de O Povo e que defendeu a ideia de um cemitério ecológico, onde os corpos seriam enterrados na vertical, plantando sementes de árvores que teriam o nome do ausente.