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sábado, 13 de abril de 2024

POESIA. Morte Vida, Vida Morte





INACABADOS VERSOS

eu tenho uma leve impressão 

de que já estivemos juntos 

em alguma época do passado

 em algum país distante 

Pressinto mesmo até 

que já fomos companheiros unos 

do jogo, da bebida e das noitadas 

de mulheres sem dono. 


nascer nesse tempo diferente 

de tudo o que passamos 

significa alguma dívida gerada 

nesse tempo precedente ... 

POESIA. O GADARENO


 O GADARENO

Conta-se que, certo dia, o Nazareno
em sua longa caminhada pela Terra,
deparou-se com um jovem gadareno
que, por loucura, a todo mundo aterra.
.
Ao ver a figura de um ser extraterreno,
o louco se agita por saber que encerra
ali o domínio do mal, que é seu veneno;
e que por anos a fios, vivera ele em guerra.
.
“Que tens comigo, ó filho do altíssimo?
Eu te suplico, rogo, não me atormentes"
ao ouvir a ordem imperativa de Jesus:
.
“Espírito imundo, sai desse humildíssimo
corpo, quebro-te agora todas as correntes”
E as sombras do obsedado se fizeram luz.

sábado, 30 de março de 2024

Cristo nunca ganhou um Oscar

De todos os Cristos que eu assisto

nos filmes onde ele é retratado,

nunca eu soube, ou sequer tenha visto

um ator que o viveu, ser premiado

 

É que Hollywood, eu até insisto,

sempre elege para ser oscarizado

o ator que parece estar previsto

deixar o cine mais endinheirado

 

Mas eu já assisti tantos bons atores

viverem com perfeição o personagem

e nunca vi ser pelo menos indicado


Não quero acreditar que haja esquema

e mesmo tendo visto alguns se entregarem 

mas nunca vi nenhum Cristo premiado.

sábado, 23 de março de 2024

POESIA. ALMA INFANTE

 ALMA INFANTE (in memorian a Oswald Barroso)

Nonato Albuquerque   22.03.2024

 

Somos uns devoradores de Deus

ambientados em salas de janta

onde os que comandam os seus

agem como se de uma forma santa

 

somos uns construtores de adeus

com o nome do divino na garganta

esperando o dia de alcançar os céus

E largar o inferno que ainda nos suplanta.

 

Alma imperfeita, essa porção macabra

que há em nós, adoradores do além,

depara-se um dia com esse ápice instante

 

E morto o corpo, espera só que se abra

a porta da dimensão ganha com o amem

Parto dessa nossa alma agora infante

quinta-feira, 7 de março de 2024

ENTRE O HUMOR E A TRAGÉDIA

Entre o humor e a tragédia 
Nonato Albuquerque


Não tirem de mim esse agradável ócio
de querer ter do descanso seu abrigo.
Eu sei muito bem dar conta do negócio
mesmo que eu venha sofrer algum castigo

Quero ser constante no que mais persigo:
ser de Macunaína, o seu mais novo sócio
e levar uma vida sem mais correr perigo 
e ser feliz inda que me achem beócio. 

A vida é livro que se lê a cada capítulo 
de forma gradual como numa aventura 
transformando a dor em uma comédia 

Quem conseguir ser assim terá o título 
de melhor amigo por ser a boa criatura 
que se equilibra entre o humor e a tragédia.

domingo, 3 de março de 2024

O DIA DO ANOITECER

 

Nada na vida está completo, concluído.

Tudo aguarda um arremate, algum conserto.

A luz no fim do túnel é algo indefinido

Como é um pote de ouro no arco-íris, incerto

 

Quem se acha muito na vida destemido

Nem sempre age com a coragem de acerto

pois se perde do objetivo o seu sentido

sabe que o culto nem sempre está encoberto

 

Já não vale mais um pássaro na mão

do que dois voando, como sempre se diz

pois querer nem sempre é ter certo poder

 

seguir o caminhante, por longo ser o estradão

quem sabe na próxima curva, se achará feliz 

antes que venha no corpo, o dia do anoitecer.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu?

  Um antigo frevo-canção do baiano Caetano Veloso, imortalizou a crença de que "atrás do trio elétrico, só não vai quem já morreu". Discutível, segundo citações dos espíritas, quando se sabe que os ditos mortos, em estágio ainda incompleto de sua nova realidade, continuam se achando vivos, como se na carne permanecessem. E com isso, partícipes de verdadeiras emulações na dimensão em que vivem. Na época carnavalesca, esse quadro se acentua ainda mais. 


 Em meio à desvairada alegria da festa, alguns espíritos brincalhões se oportunizam da energia vibrante dos foliões para tirar de certa forma, algum proveito, havendo mesmo os que agem de forma vingativa contra os seus antigos oponentes, chegando a ponto de provocar-lhes a morte.

 É que, despidos do invólucro de carne pelo fenômeno da chamada morte, eles se aproveitam da ocasião para se entorpecerem ao vapor do álcool emanado dos que o ingerem, numa postura que se assemelha a larvas que se aderem aos seus objetos de desejo. E  assim, os "mortos" aspiram o ar destilado pelas mentes dos narcotizados que se excederam no consumo da bebida. 

 No entanto, para que esse fenômeno ocorra, necessário é que haja da parte de sua vítima alguma permissão ou algum tipo de demonstração que mova a turba obssessora a esse designo. É a questão da sintonia mental.

 Na mulher fantasiada de cortesã, a exibir o corpo seminu na avenida, os pervertidos da carne se associam conjuntamente. No adicto do álcool e de outras substâncias tóxicas, fumegam os que perderam o campo físico por conta do estado alcoólico comatoso. 

 Indivíduos de comportamento violento, atraem os que na vida da carne estiveram associados a essa forma de conduta. A eles se esgueiram os que continuam a exigir força a toda regra de convivência respeitosa. 

 Na faixa vibratória da carne, há os que se fantasiam de todos os tipos, como os que imitam as vestes de religiosos, atraindo pela mesma sintonia mental os espíritos desabrigados de qualquer sentimento ao sagrado. E auxiliam a profanar intuitivamente o desvairio associado a um comportamento desajustável.  

 Advém daí, a expressão carnaval – originária do latim “carnis levale”. Significa “retirar a carne”. No passado, para que se projetasse a necessidade da antiga formalidade do jejum, buscava-se com esse dever a necessária " expansão da alma" a fim de se compreender melhor o ensinamento judaico para expandir os fios condutores da intercessão entre os dois mundos. 

 Durante a onda festiva do carnaval, a visão do sagrado foi deturpada e, por conseguinte, os excessos cometidos na profana festa atraem sempre os anônimos mortos, a acompanharem a procissão dos chamados vivos atrás do trio elétrico. 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Do amor poesia e dessas coisas singulares

 Do amor poesia e dessas coisas singulares

Nonato Albuquerque

O amor tem formas.
Só o coração entende.
Nutre-se de luz -
'lumina essência',
Bondade fecundada
que nos embriaga de prazer.
De seu cálice dourado,
o nutriente do amor
derrama o néctar
supremo da Vida
- suave perfume
que se esparge entre amantes.
O amor é um sonho
- como adoçam os poetas.
Alegra-se na dor
- adormescência
e reflete sobejamente
na alegria de sê-lo...
De cada gesto do qual
o amor se inspire,
hálito divino
que entre nós rescende,
como nunca soube-se
traduzi-lo...
O amor é benção
- e, nele, nos fortalecemos.
Augúrio de paz e
Ciência - paciência!
Motivo único para o existir
da humana idade.
Desse amor que transmuta tempo e espaço,
que vai do corpo a alma
- espiritualidade!
a divina presença se corporifica
e se nos revela...
(feita para homenagear meu pai Mário, dia 21/6/2009)

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

RÁDIO. Cesce consumo do veículo devido receptores AM/FM


 Nos dois universos possíveis, online e offline, o rádio conta com mais um levantamento que mostra um cenário positivo quando o assunto é o consumo do próprio meio.Uma pesquisa online recente, envolvendo 2.500 consumidores dos EUA de 16 a 74 anos, revelou um dado importante: 90% deles possuem algum receptor de rádio AM/FM e 30% escutam estações AM/FM via streaming

Vale lembrar que o smartphone tem um papel importante no consumo de rádio via áudio digital por lá, já que a presença de rádio FM nesses aparelhos não é tão difundida como em outros países, a exemplo do Brasil.

Publicação do site Tudosobrerádio

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A COMPARAÇÃO DO CARRO COM O SER HUMANO

Numa oficina de conserto de carros, o mecânico costuma aproveitar o tempo para jogar conversa fora com seus clientes. E ele compara sua atividade ao trabalho dos médicos, que ajustam nos pacientes as peças do organismo quando surge alguma doença. 

Para o mecânico, o motor do carro é tudo. O coração a injetar força e energia, merecendo por isso, sempre uma revisão para evitar problemas de desgaste. 

A preocupação com o sistema de frenagem, lembra jovens que devido a maneira de agir merecem um freio para evitar ações precipitadas. 

E o mecânico faz questão de lembrar: assim como as pessoas precisam visitar um médico com o passar do tempo para efetuar alguns exames, todo carro precisa de um check-up regular para evitar bater o motor. 

E de forma bem humorada ele brinca: não esquecer que todo bom carro, assim como o guiador precisa trocar o óleo com regularidade. PENSE NISSO. 


(Escrito por mim para o Instagram do JJ)


quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

POESIA. PATER AETERNUM

 PATER AETERNUM

Nonato Albuquerque
Somos filhos do Eterno, dizia-nos a catequista
nas tardes de domingo ao lado da igreja matriz.
E eu de pequeno já tinha meu jeito relativista
de contrapor-se a ela com algo que não condiz
"Eu não sou filho do eterno", disse com ar infeliz.
A catequista parou e sobre mim pôs sua vista.
"Pois há um grande engano no que a senhora diz.
os outros podem até ser, mas eu num tô nessa lista"
A moça simples, me lembro, deu lá meio sorriso
a meninada nem aí, pois esse assunto não a atrai
mas que era para mim, minha primeira discussão.
"Por que você não quer ser, saber disso até preciso".
Eu respondi-lhe na bucha: sou filho é de meu pai.
Desse aí que a senhora fala, eu num conheço não.

domingo, 21 de janeiro de 2024

LICENÇA POÉTICA

Com toda a licença poética

que nos permite largar o real

e abeirar-se do surrealismo,

eu sou a verdade que não é.

 

Sou canto das coisas que são,  

a individualidade múltipla

em território em que o místico

explora esse ar de mistério

 

Sou nuvem de outra viagem

chuva que antecipa a colheita

E o que da semente resulta.

 

Sou nó cego, que não se desfaz

diante dos que apregoam tudo

e vêem que o resultado é nada.

domingo, 7 de janeiro de 2024

POEMAS. A PESTE é de 7.1.2020




 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024