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sexta-feira, 29 de março de 2019

COMO UMA ONDA


O poeta Vinicius de Morais, em seu poema "O dia da Criação" diz que a vida vem como uma onda. O letrista Nelson Mota aproveitou a frase numa música do Lulu Santos, e referendou a expressão. E é a pura verdade. 

Num tem horas que a vida da gente se assemelha a uma onda? Vem de chofre. Bate forte. Nos derruba e, se a gente não tiver como atravessá-la, é capaz de se afogar. A única maneira de alguém enfrentar qualquer onda é mergulhar e passar por baixo dela. 

Às vezes, a gente se debilita com um problema qualquer, achando que é o fim do mundo. Nada! Tudo passa, tudo passará. "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia", insiste a música do Lulu Santos nos lembrando

Diante da onda de problemas que sacudir sua vida, mergulhe e suba do outro lado da onda. Ah! Nonato, mas o problema é grande, difícil. Pois saiba que onda grande é que traz satisfação a qualquer surfista. Ele desliza por cima dela.

A gente só cresce quando bate um problema que nos desperta, que nos alerta para continuar firme. 


Tem jovem que, nessas horas, amarela e às vezes busca escape, fuga, em algum tipo de droga. "Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo". Há vida muita lá fora esperando pela gente. Quem acredita em si, tem tudo para depois de uma onda forte de preocupações, chegar à praia firme. Com tranquilidade.

O HOMEM DO MADEIRO

Nonato Albuquerque
O homem do madeiro, de quem se dizia
ser o profeta que o povo aguardara tanto,
Era um homem bom, um homem santo.
O homem do madeiro, o aguardado Messias

O homem do madeiro andou por essas vias.
Deixou rastro de luz. Sua voz era um canto
De amor, que a todos denotava encanto.
O homem do madeiro, ele era o bom Messias
Ele curou feridas, fez cegos enxergarem;
Andou sobre as águas, como santo milagreiro; 
Ressuscitou alguém, já morto há vários dias.
Ouvi dizer que doentes com ele se curaram
Ao falar de um reino a nós alvissareiro.
O homem do madeiro era sim, nosso Messias

segunda-feira, 25 de março de 2019

P DE POESIA: PARALELAS


sábado, 23 de março de 2019

Dúvida escalarte


Zé Abílio de Ninoca, filho que à mãe não se espelha,
tinha questões que achava dariam um bom debate.
Uma, por que no sacrário há sempre uma luz vermelha
se há o mesmo indicativo na porta de uma boate?

Seu vigário, o Padre Jonas, receoso que essa ovelha
pudesse de seu redil se perder com tal embate
mandou que fosse rezar, por já ver nele a centelha
do fogo dos infernos, com essa dúvida escarlate

Dona Ninoca, uma católica, do sagrado obediente
ao saber dessa marmota, deu uma pisa no Abílio
e de castigo deixou-lhe três dias a pão e água

Abílio tirou sua vida, por causa desse incidente
deixando dona Ninoca, num inferno sem auxílio.
Pelo que fez ao filho, morreu também com essa mágoa

CRISTOS

Cristo 
é isto 
que verte 
a caridade 

Jesus 
Buda 
LaoTsé
Krishna 

todos são 
luminares 
a espargir 
abundância 


de auxílio 
do pão 
que nutre 
 a fome 

da água 
que sacia 
a sede 
e a seca

se nela (caridade)
estiver 
a tua mão 
bendita 

bendito 
que és Cristo 
bendito 
seja isto.

LUZ NAS SOMBRAS

LUZ NAS SOMBRAS 

Crápula de insidiosas ideias, eu já fui visto 
num escafandro de carne convertido em dores 
a buscar no altar do meu precioso Cristo
a ânsia de render aos meus, os seus valores. 

destronado de meu séquito, ainda resisto 
aos interesses vãos de tantos dissabores 
ambicionando a tudo, ainda eu persisto 
como rei que devia se aliar a esses pendores  

na nova feição que me foi dada, me revejo 
coberto de manchas, pútridas carnes, chagas
o corpo que nenhuma marca me seduz 

Resisto. Odeio, mas é então que almejo 
ser luz nas sombras para que nessas plagas 
todos se rendam à crença do amor, Jesus.

OUTROS FRUTOS

Num pomar de muitos frutos 
a ambição humana se debruça 
desejando toda a sua colheita 
para fartar-se da sua fartança

Na Terra, a imagem inocente 
do espírito encarnado, parece 
desejar tudo que lhe oferecem 
mesmo que algum lhe traga receio 

por que não somos como passarinhos 
que se contentam com a porção que têm
para que isso lhes não falte no futuro?

É que almas inocentes não percebem 
que, ao fim de toda essa colheita, 
um pomar maior lhes guardam outros frutos.

sexta-feira, 22 de março de 2019

em busca de finalização


alma bendita, acerca-te de minh´alma
de dívidas cheias e de ações extremadas
consola meu ser e essa dor minha acalma
nesse meu vai e vem por essas mil estradas

faz de meu pranto, águas derramadas,
um rio de luz que com sua força espalma
as lições que existências outras marcaram
como hino de amor, anjo, impõe tua calma

sábado, 16 de março de 2019

Poesias medianímicas


sexta-feira, 15 de março de 2019

PRA NÃO MORRER DE NOVO

Não pense que ando louco
pensando em coisas tantas,
como escrever um pouco
sobre como andei às quantas.

vivo um inferno intenso
no mar dessa mudança,
que eu, às vezes, penso
acabada a música, finda a dança

Rolei a ribanceira da morte
como uma pedra surda
e só parei porque tive auxílio.

alguém de quem tive a sorte
me ajudou de forma “absurda”
a não morrer de novo, nesse exílio

PRECE 15.3.19

PRECE 

Amado mestre, converte essa indesejável ânsia 
em força de trabalho por exemplar modelo.
Deixando-me de mim, bem longe, à distância 
o que não seja útil, por mais que eu sinta apelo. 

Inspira-me amigo a que toda essa vigilância 
continue a marcar nos homens o supremo zelo 
de viver por amor e amar à última instância
a chance de alcançar o progresso a que anelo. 

almas endividadas, somos nesse desterro 
a esperança de melhorarmos via evangelho 
e assim ter a sorte de conscientizar-se à luz

ajuda-nos a não cair de novo no mesmo erro 
a renascer outra vez, matando o homem velho 
do qual fala o apóstolo de ti, mestre Jesus.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Os que apertaram o gatilho


Não é que esteja na arma, a culpa dos insensatos 
mas quem as defende, 
tem muito a repensar 
diante de tragédias como a que abalou Suzano. 

vítimas de qualquer causa que não medem os atos
invadem uma escola
matam estudantes 
e se matam numa clara evidência de insanidade. 

aos defensores das armas, prestes a ser liberadas,
uma interrogação 
paira sobre suas cabeças 
quantos não incentivam ao crime tais desajustados? 

não sabem os que assim se portam em favor disso 
que a natureza da alma 
vai reclamar de cada um 
que, direta ou indiretamente, apertaram aquele gatilho. 

Sementes que acalmam


virtudes,
sementes que a alma
semeia em cada vida
são luzes
que a tormenta acalma
e geram frutos na lida.

caridade ,
é ação que melhora
aquele que a pratique
fazendo
que a toda hora
o bem se multiplique

quem vive
no aguardo que a horta
prospere e não produz
desmente
o bem que comporta
faz sombra ao invés da luz.

amigos
de muitas labutas
vivamos o amor sem igual
trabalhemos
para que as lutas
tenham vitória ao final.

domingo, 10 de março de 2019

A luz das sombras


na França novecentista, 
o primado da Luz 
se fez por mesas girantes 
cumpria-se o que prometera 
o cordeiro a ser imolado.  

abertos os túmulos, 
e das pedras libertas
as vozes dos mortos, 
soaram entre batidas e danças
anunciando a chegada. 

a humanidade, então, 
órfã comum das verdades 
dos dogmáticos mistérios 
nutriu-se da força da palavra. 

e os candeeiros apagados 
nas mentes inquietas 
acenderam a luz das sombras 
verdade pregada por Cristo. 

Ave à espera do caçador

ave amiga, companheira 
de estradas muitas no ar 
levei uma vida inteira 
querendo a ti se igualar 

cantava, cantava tanto 
para esquecer solidão 
se era alegria teu canto 
alegre o meu num era não 

mas em teu ninho sagrado 
alguém te pegou e prendeu 
teu canto só pra um dono 

espero eu ser caçado 
por alguém que seja meu 
pra deixar esse abandono. 


De rei a vagabundo

santo segredo confesso 
trago de vidas distantes 
que sei em todo universo 
nunca tenha dito antes

eu já fui rei, noutra era 
tive poder e riqueza 
mas minha era fera
que ignorava a beleza 

e noutro tempo no mundo 
mudei a minha roupagem 
nasci, assim, diferente 

de rei me fiz vagabundo 
para aprender nessa imagem 
a ser como toda gente. 

Do lado de onde o muro esconde o segredo

a última postagem que ele fizera era mistério;
incensava o passado seu que era obscuro 
e alimentava de grãos os mortos no cemitério 
a rangerem os dentes com fome de futuro 

uma ave agourenta pousou no monastério 
e de seu pio nervoso um tiro se fez no escuro 
os monges dobram os joelhos e a seu critério 
motivo acharam para abrigar-se atrás do muro. 

ouviu-se um som de um saltério ser tocado 
e uma voz feminina do outro lado entoar 
um canto que parecia misto de dor e de ternura 

do lado de onde se esconde o lago encantado,
misteriosos vagalumes dançam em pleno ar 
e no blog dele, ilumina-se a poesia mais pura. 

A morte da barata desafiadora


a barata, no reino dos insetos,
se achava a dona de si mesma
por ser a única com resistência
para sobreviver a atômica bomba

os outros seres viviam inquietos
com o esnobismo de quem a esma
vive, por conta do que diz a ciência
até o dia em que a sua casa tomba

uma senhora cansada de conviver
com a barata e todo o regimento
compra no mercado um inseticida

a mosquitada foge para não morrer
mas a barata sem temer o unguento
perde com a raça toda, a própria vida.

SONHO DO HOMEM SANTO

Fale-me de seus sonhos, 
disse-me o homem santo 
com o olhar penetrante 
como uma adaga que fere.
e eu, com ares risonhos 
falei de mim, o quanto 
deu para falar no instante
daquilo que me confere

eu sou um mistério 
que nem eu mesmo decifro 
sou semente, sou fruto; 
sou sagrado, profano; 
sou alegre e sou sério, 
num palácio ou num cacifro
manso, também sou bruto, 
como deve a todo ser humano. 

o homem santo 
que penetrara no sonho meu 
levantou a direita 
e pôs o indicador em minha testa 
e disse: aceitai o que sois 
para serdes o que és

E sumiu, como por encanto 
e eu saí daquele mundéu 
de ilusões, que acho ser receita 
que os sonhos nos dão por festa 
elevando-nos ao céu 
para mover do chão os nossos pés. 

O Ter é illusão, o Ser é a verdade


Aniceto de Aninha, lá de Vacaria,
era zeloso, mas um ser intrigante
 queria ter grana muita, não ninharia
pois se achava com alma de gigante  

mas por ser egoísta e muito tratante
aos outros, no entanto, os diminuía
viveu sem ser nada e no final instante
temeu ao sentir que a vida se esvaía. 

ao redor de sua cama, ali absorto,
parecia ver figuras que ele detestara
aos tempos de infância e de mocidade

elas aguardavam, o Aniceto morto
para junto a ele, passar-lhe na cara
que o Ter é ilusão, o Ser é que é verdade.