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domingo, 18 de dezembro de 2011

SILÊNCIO, NASCEU O MENINO


Silêncio. Não façam barulho
para não acordar o menino
que nasceu.

Ele vem de páramos celestes
Morada divina onde se divisa
o bem.


Não são as buzinas, nem fogos
De artifício que inquietam
Seu sono.


São os atos transitórios da dor,
A injustiça e a miséria moral  
Dos homens; 

A dor de cada malsinado gesto
O fruto da árvore da violência,
O desamor.

Por isso, não quebrem o silêncio,
Não façam barulho, não gritem.
Silêncio.


Para que o sono do menino
Que veio iluminar o mundo
Não se extravie.


De presente, sirvamo-lo 
Nosso amor na taça de nossos
Corações.


Calo-me para que o silêncio
seja poema de luz, tal e qual
o menino.  

sábado, 17 de dezembro de 2011

Quem é esse homem chamado JESUS



Desde seu advento à Terra, o menino chamado Jesus atraiu para si a condição de resgatar as dívidas do mundo. Ser imantado de divina consciência, ainda pequeno neutralizava os presságios da dor que se abateriam ao seu redor, mesmo que sua presença no planeta houvesse sido inspirada do Alto por forças angelicais. Havia, no entanto, idéias contrárias à sua presença em nosso orbe, por ser ela significado da chegada da Luz em meio às sombras que se alojavam adedre entre os humanos.

O pequeno Emanuel é acolhido com inusitada esperança pelos que auguram um tempo novo para a Terra. Saúdam-no, principalmente, os simples do campo, enquanto vozes benditas dos páramos de Deus bendizem em preces a harmoniosa presença. Pastores da região e senhores vindos de longe encantam-se com a luminosa atmosfera da noite santa e os ares onde situado está o local do nascimento, transparecem de intensa magia. Mas nem tudo conspira em favor do menino-deus. 

Tão logo permuta o ventre santíssimo da mãe pela manjedoura alvejada de etéreos brilhos, decorando na humilde pousada onde se fez carne, as forças do mal estendem seu manto de maldades e crescem a inveja e a fúria dos dominadores desejosos de conhecer o seu primeiro endereço para lhe tributar o que não corresponderia em homenagem.

É o signatário de Roma na Judéia que, diante da busca dos magos ataviados por bons propósitos, deseja cumprir as ordens emanadas das trevas para evitar que o Bem se estabeleça e promova nos corações dos ‘homens de boa vontade’, a disciplina do Amor. Em Herodes, refugia-se o apelo íntimo da discórdia a querer dar contas das metas traçadas nas abismais profundezas, evitando que os objetivos do menino prevaleçam. Mas da fonte inspiradora do Universo, entidades celestiais comungam um enorme esforço para que o Mal não se consubstancie e plenifique o desiderato do Bem.

É José que, sob o mecanismo fenomênico do sonho, é alertado para fugir para o antigo Egito, levando com Maria o precioso tesouro que a Terra acabara de ganhar. Enquanto a vida do menino é preservada para nobres propósitos, as hordas do mal fazem acentuar o rio de sangue pelas vielas de Belém, onde almas de longínquos domicílios da dor, resgatam pela Lei de Causa e Efeito dívidas de outras vivências puerís, alcançando o direito de não mais dependerem da ceifa da Morte no mundo material.

Em terras do antigo Egito, a família consignada para domiciliar o pequeno ser na Terra, recebe orientações da dimensão espiritual. Acercam-se dela, auxiliares angélicos a transmitirem, por mediúnica via, os sinais de quando o casal poderá regressar a sua região.  Tanto Maria quanto José são medianeiros do alto e, através da vidência e audiência interelacionam as mensagens da outra dimensão.

Não é outra senão a explicação dada ao encontro do ‘enviado de Deus’ (Gabriel), que vem lhes trazer a mensagem do advento do ‘divino menino’. A José impõe-lhe a regra do silêncio, não por obra de pressão para calar algum tipo de desconfiança sobre a atitude de Maria, mas para neutralizar forças estranhas que possam interpor-se na área no caminho da sagrada família, induzindo-a a erros.  (continua...)

domingo, 11 de dezembro de 2011


mecânica ilha


Vivemos tantas vezes, os mesmos ensinamentos.
aprendemos outras tantas, as mesmas lições;
mas continuamos tateando na escuridão dos caminhos
buscando luz, quando há usinas em nós mesmos...

Com a força das palavras que nos deixaram os avatares,
poderíamos palmilhar as estradas mais insondáveis;
e revelar os muitos planos de nossa própria identidade
revitalizando o mundo e reconstruindo a própria Vida.

Mas, interesseiros e interessados apenas em consumir,
agredimos a Natureza e entesouramos quinquilharias
achando que esse lixo moderno fosse eternizar-se conosco.

Esquecemos nossa imortalidade. Nosso patrimônio, Vida.
Nossa riqueza, o Amor. Se somos ilhas perdidas neste oceano
é que lançamos fora a bússola de busca de nosso melhor porto.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CLASSIFICADO ARREGIMENTA ALMAS BENFEITORAS

Eu, viajante do astral, tomei ciência esta noite de curioso anúncio publicado num dos classificados da colônia onde uma equipe de trabalhadores, ainda enfaixado nas vestes carnais, buscava expandir noções em torno de nossa vida futura. O texto, resumidamente, dizia:
“  
Precisa-se com  urgência de almas voluntárias que possam descer à superfície da Terra, em missão das mais nobres e edificantes. O planeta passa por ingente transição em demanda a novos tempos. 


E, em meio a situações adversas, necessário se faz ação itinerante de anônimos voluntários do Bem, compromissados com a paz e que possam estabelecer nos domínios do planeta, os ensinos expressos nos currículos da evolução moral.


A terapêutica a ser empregada se pauta nas bases da pedagogia cristã, onde Amar é o verbo edificante.


Entre aqueles que manifestarem interesse em incorporar-se aos grupos de regeneradora ajuda, requisita-se desprendimento do Ser,
almagamado pela luz interior para o enfrentamento com as sombrias formas que se opõem ao estabelecimento do Reino. Elas, sem dúvida alguma, haverão de interpor-se nesse caminho.


Do currículo dessas almas benfeitoras exige-se o aprimorado das virtudes celestiais, como luminosa essência a sedimentar os frutos que advirão. 


Na escola em regime de múltiplas transformações, Cristo é o modelo maior e as bases de sua doutrina o currículo essencial para a auto-transformação do novo homem que há dois mil anos as gerações alimentam...
Interessado em saber se aquela chamada destinava-se apenas e tão somente aos requisitados para nova turma de almas que se encarnarão no orbe terreno, ouvi de um assistente a indicação de que o anúncio se destinava a todos, inclusive, a nós que ainda habitamos a carne e já temos conhecimento das iniciativas do Bem.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Um pronto-socorro de urgência no astral


Cada sonho ou desprendimento noturno significa uma viagem astral que a essência individual registra todo dia. Um bloco de anotações e uma caneta próximo ao local de descanso importam para que se guarde a lembrança da experiência. Faço isso há muito tempo. E desde que o doutor Antonio Mourão me orientou a atender a esse sistema, tenho memorizado cada detalhe impressionante das minhas 'andanças' por aí.

Hoje, estive numa unidade de saúde que, imagino, seja alguma estância espiritual. Fazia-me lembrar um posto de emergência, onde almas aflitas acorrem em busca de socorro. Uma das atendentes aconselha-me a ir a um centro de hemoterapia, como se eu fosse um doador de sangue. Mas não é sangue que elas recolhem, mas minha energia. E a transfere em diminutos canais transparentes para um banco de reserva.

Uma outra entidade chega até a jovem atendente e lhe entrega um cartão com a identificação de alguém que, pelo que pude perceber, tratava-se de um motoqueiro, 'desembrulhado das vestes carnais' por um acidente. Há uma identificação, mas não consigo de forma alguma captar o nome da pessoa. A 'enfermeira' diz que, apesar de todo esforço do grupo, o motoqueiro não conseguiu permanecer 'na linha e, por isso, fora desconectado do corpo'. Acordei para escrever o desprendimento e tentar entender com o transcorrer do domingo.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

DA SÉRIE CANÇÕES: CARAVELA

Caravela nua no mar, o meu corpo 
minha alma vela 
quer ligeiro um porto achar 
e deixar no oceano, essa procela 

Vento, ventania 
noite, noite escura, claro dia
traz meu sol mais novo 
que o pouso do meu barco 
é agonia, é agonia... 

Caravela nua, no mar o meu corpo 
minha alma vela, essa procela.

domingo, 6 de novembro de 2011

A CONSTRUÇÃO DOS NOVOS DIAS DA TERRA


As velhas estruturas da sociedade ainda repousam na argamassa de indissolúveis bases, criterizadas pelas dependências de outros tempos. A humanidade é exército em constante substituição de seu efetivo e recolhe, ao longo dos séculos, dominadores e dominados sob a égide de mudanças. Porém, o novo é assertiva que mobiliza teorias e, dificilmente, consolida o exercício prático.

Se nos detivermos a olhar a conjuntura da História dos povos, iremos verificar a inconstância do andar evolutivo, marcado pari-passu por uma centena de conflitos que retardam a sua concretização. O que foi idéia brilhante no pensamento socrático, arrefeceu com o passar das gerações de filósofos, até recrudescer uma vez seguinte com a entrada em cena de novos personagens, mas que estão ligados a entidades precedentes.

Os revolucionários da França livre e os tradicionalistas que desejavam a manutenção do império absolutista, resistem ainda na carne a defender os seus próprios ideais. A subjugar opositores, embora em campos e funções divergentes. Ainda assim, prevalece o colorário de razões com que, cada um, multiplicou suas linhas de ataque e defesa.

Estrangeiros em suas próprias nações de anteriores raízes, os seres que iluminaram o pensamento humano se reencontram com aqueles que incendiaram com suas idiossincrasias aviltantes.

O rumo do mundo é chegar ao destino das almas evoluídas. Nenhuma delas, por mais indistinta e indiferente a esse circuito, deixará de atingir o ápice do progresso individual e coletivo, já que o futuro planetário é ater-se ao rol dos corpos celestes onde afigura-se o ideal da perfeição.

Se a Terra, distanciada no espaço dessa marcha evolutiva, ainda retarda o seu desligamento da inferioridade moral, há que ultrapassar essa barreira; até por uma exigência do princípio do progresso. Nela, há de prevalecer o denodo e a justificativa das Leis Maiores, ambientando-a no conceito dos novos tempos.

O mundo humano caminha lenta e gradualmente para a conquista desse ideal. Eternos seres que aqui se estabeleceram um dia, na propagação das virtudes celestiais, retornam ao convívio da atmosfera ainda pesada e difícil, para recompor o trabalho edificado no passado.

As paredes dessa monumental construção começarão a ser erigidas nas estruturas lançadas por muitos dos operários do pensamento que, à exemplo dos mestres ascensionais, trabalharam na divulgação do Bem, do Amor e da Paz. O edifício do pensamento humano volta, agora, a se realimentar da sólida argamassa da Ética, promovendo a expansão do Planeta a um estágio novo e, conseqüentemente, elevando o nível de seus habitantes. Nada que se estruture na concepção da obra criadora permanecerá incólume à grande mudança.

domingo, 28 de agosto de 2011

UM CORAÇÃO QUE AMA O ALTO MAIS ALTO SE PROCLAMA



Quando eu conseguir fazer da Terra o paraíso de meu coração, virtude suficiente terei para atingir o meu mais recôndito sonho.

MÚSICA PARA RELAXAR


Meditação de domingo



Não há limites para a mente que deseja o possível
Movida pelo bem, ela é capaz de atingir metas inacreditáveis.
Muitas pessoas ainda não concebem essa verdade,
estacionadas que se acham no seus próprios domínios.
A luz da manhã nova que surge a cada novo dia
convida o humano ser a distanciar das sombras que a noite deixou.
Perder pelos caminhos do eu, a egocêntrica forma de ser
para sagrar-se a inspirada maneira de vida.
Só os sábios que já circularam por essa estância
são capazes de eliminar em si mesmo, todas as dificuldades.
E agem, tranquila e ordeiramente, na consecução do Bem.
Alma nenhuma está impedida de projetar o impossível até
desde que se acerque da sua própria capacidade de fé.
O homem é patrimônio divino, hospedado momentaneamente
para uma vez seguinte alcançar as estrelas.
A união de seres através da energia transformadora do amor
revitaliza a essência anímica que há em cada um
e ele é capaz de alcançar o paraíso ainda na Terra.

sábado, 27 de agosto de 2011

LIÇÕES. Todo mundo gostaria de ser...



Tão harmonioso quanto Bach
Tão bondoso quanto Chico
Tão inteligente quanto Einstein
Tão perfeito quanto Jesus
Tão pacífico quanto Gandhi
Tão justo quanto Salomão
Tão santo quanto Francisco
Tão caridoso quanto Tereza de Calcutá
Tão belo como David de Michelângelo
Tão habilidoso quanto Dumont
Tão eficiente quanto Sabin
Tão paciente quanto Jó
Tão engraçado quanto Chaplin
Tão inspirado quanto Wagner
Tão poeta quanto Neruda
Tão sentimental quanto Romeu
Tão amorosa quanto Julieta
Tão forte quanto Sansão
Mas tão simples quanto Tolstoi
Tão musical quanto Jobim
Tão bom quanto Drummond
Tão virtuose quanto Mozart
Tão desbravador quanto Rondon
Tão famoso quanto Lennon
Tão bonito quanto Pitt
Tão sincero quanto Galileu
Tão grande quanto Alexandre
Tão sólido quanto Zé Alencar
Tão fiel quanto Abrão
Tão sábio quanto Hawkins
Tão ativa quanto Madame Curie
Tão gente como qualquer um.

Não é preciso tanto esforço,
Basta Ser, antes de querer Ter.

ALTERNATIVAS PARA UM SÁBADO ASSIM INSANO



O chão da rua
Me mostra pássaros em movimento
Aves singando nos céus
E as sombras delas se projetando no asfalto.
Passo com minhas rodas em velocidade
E nem vejo que andorinhas e pombos
Compartilham o mesmo vôo.
Onde foi mesmo que já vi esse filme?
Estou em vigília e não sonho isso
Embora pareça flashes evocados da noite passada
Quando atravessei o rio das mortes
E me encontrei com entes que já (se) foram
Meus vizinhos e conhecidos de outros dias
Construindo um novo momento
Na dimensão que há depois da vida física.
Enquanto viajo para casa
Dianne Schurr me leva ao passado
E o som das grandes divas do jazz
Me repõem no bar do seu Emílio Calixto,
Onde ouvi pela primeira vez Gershwin,
Enquanto homens jogavam bilhar
E eu desfrutava o meu primeiro ‘doce gelado’.
Acopiara é uma extensão do meu umbigo
Lá se vão seis décadas de meus dias ali
Correndo entre a calçada da Paulino Félix
(hoje redenominada Celso Castro)
E o quintal de cerca de muitas fruteiras.
O cheiro de manga rosa espargindo no ar
O mugido das vacas no curral próximo.
O leite também mugido no caneco de ágate
O padeiro deixando o pão na janela
A ida ao açougue para comprar fígado, às tardes
E a fuga para o matadouro onde os bois
Eram sacrificados na arena armada.
Um dia, a descoberta do nonato na vaca morta,
E a carne retirada, nervosamente se bolindo.
Flashes de memória de quem volta ao passado
E corta um pouco a rotina do hoje.
É preciso, vez em quando, voltar a outros dias
Para compensar a pressa do calendário atual
Que, num átimo, faz dos meses cinzas
Anoitecendo o tempo em nossa pele
E armando peças para a nossa memória.
O tempo é curto; o mundo é pequeno
Mas só Deus é maravilhosamente grande.

domingo, 24 de julho de 2011

Que amanhã eu continue hoje


Sob o oceano de luz, vive-se...
Alimenta-se de energia fonteada
Na cabeceira de cada dia.
Sou alma, vestígio de gente
Que passou uma temporada na fôrma
E se pôs de volta a eterna idade.

Ondas de luz cintilam em meu olhar
Frêmito de medo e de alucinação
A percorrer as vias do celeste.
Ele quer devorar e beber o céu
Que se afigura como esponja macia
Mas que de perto é rocha.

Uma procissão de entes volitam
Em torno de uma abóbada que penso
Seja o conduto para a matriz
De onde raios expandem em miríades
De luzes que se nominam e se identificam
Como entidades a se corporicarem.

Eu nutro uma paixão, uma saudade,
do que fui em vidas anteriores
mas que admira o que fui na última.
Meu sonho é mergulhar nesse azul
e me afogar na correntes de luz
Para que amanhã eu continue hoje.

domingo, 3 de julho de 2011

O SINAL. Alguém do lado de lá me diz coisas

Há coisas que, só vivendo, a gente acredita. Contadas por outro, duvidar-se-ia. É o caso que ocorreu na semana que passou comigo. Na terça feira, 28 de junho, eu ia de carro para o trabalho e pensei muito numa amiga que morreu há dois meses, a Lena Belotto. E por saber do conhecimento de espiritualidade que ela tinha - quase todos os dias conversavamos ao telefone sobre assuntos do plano astral -, surpreendia-me que ela ainda não houvesse aparecido em sonhos ou dado algum sinal de vida do outro lado.

Ao sair da televisão no começo da tarde, deparei-me com uma senhora humilde, de uns 50 e poucos anos, no portão que pediu dois minutinhos para uma conversa comigo. Parei para ouvi-la e ela, segurando minha mão, confessou-me estar ali a mando de uma pessoa amiga minha. Relutara muito em vir, pois não me conhecia, mas com o marido desempregado e dívidas a pagar, resolveu fazer-me um pedido. Pensei logo em mais uma pessoa querendo utilizar da tv para algum apelo beneficente. Mas estava enganado.

Antes de entrar em detalhes, ela parecia fazer questão de me preparar para o que iria contar. "O senhor me perdoe, mas quem me mandou aqui foi uma amiga sua, dona Lena..." Eu arrepiei. E antes que eu pudesse dizer que ela já tinha morrido, a senhora me disse: "eu sei que ela já morreu. Mas deixe eu contar para o senhor".

Ela passou a narrar que fora ajudada pela dona Lena em outras necessidades - a Lena integrava o grupo Emaús de auxílio às pessoas carentes - e, agora, necessitada, arranjara uns panos de cozinha para vender, a fim de ajuda na compra das coisas de casa. Mas não tinha a quem vender, não sabia a quem procurar. Pediu uma luz. E a noite sonhou com dona Lena dizendo "vá até o Nonato da tv que ele vai te comprar".

Sorri por dentro de satisfação, principalmente, quando a senhora acrescentou: "Ela me disse ser o sinal, que eu acho que seja para que eu pudesse vender ao senhor...". Sim, minha querida; era o 'seu' sinal, mas era o meu também. Eu que estava a reclamar de notícias de quem sempre falou do outro lado com tanta naturalidade e que, certamente, depois da mudança, não acharia dificuldades para me dar pelo menos uma resposta de a vida continua. Essa 'vendedora' era a porta-voz de Lena. E Lena, mais um vez, respondia, ajudando fraternalmente a quem precisava de sua ajuda.

sábado, 11 de junho de 2011

VIAGEM ASTRAL. Um aparelho voador nada identificado


Instalado num dos assentos do que eu imagino seja um transporte voador, de repente vejo que ele é circular. Bem ao contrário do espaço dos aviões terrestres. E que não há janelas, muito embora tenha-se a capacidade de utilizar a terceira visão e enxergar através da parede.

Falo do sonho desta madrugada que me deixou impressionado com a riqueza de detalhes de uma - vamos chamar de - aeronave. Os assentos eram acomodados de forma circular, neles cada passageiro tinha a liberdade de girar e visualizar tudo o que estivesse a 360 graus.

As pessoas que ocupam outros assentos me são estranhas. Não as distingo muito bem, embora a impressão é de que elas não têm olhos, narizes ou orelhas. É um rosto. Como se não fizessem parte da humanidade ao qual pertenço.

No instante em que tento interrogar onde estou, quem são aquelas pessoas e para onde estou sendo levado, as luzes se apagam. E eu me acordo com a sensação de que acabara de sair de dentro de algum veículo voador.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

TREM e AVIÃO. O que será que acontecerá


É incrível. Há muitos anos eu tenho um sonho que mais parece reeditado. O de um trem, no qual eu sou passageiro com outras pessoas, e logo em seguida a essas cenas um avião cai.

Nesta madrugada de sábado para domingo (29 para 30 de maio) eu tinha a recordação do sonho de um trem. Estava superlotado. E uma senhora falava com seu filho, que falava em alemão mas eu compreendia tudo, E ela dizia que estava próximo da estação de desembarque. O trem pára e todos descemos.

É quando eu vejo um avião passar muito próximo aos prédios e cair de peito num terreno baldio. Quero ir até lá mas eu noto que o trem estava retornando e eu tenho que me acordar para não ser atropelado por ele.

Sempre quando sonho com esses transportes, alguém importante morre ou algo estranho acontece no mundo. Estarei atento.

domingo, 29 de maio de 2011

POESIA. Do outro lado de onde eu vim

O mundo anda comigo
ele come e bebe do que eu bebo e como
meus pés são seus trilhos
meus braços, suas asas.

fortalece-me de sua aura
e eu o nutro de minha verdade.
Comigo anda o mundo
que come, bebe e se embriaga comigo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Um super herói adormece em cada um de nós


Na última quarta feira, dia 24, senti-me fora do corpo e viajante do astral. Encontrei-me com alguns seres entre os quais G.S.F., desencarnado há alguns dias. Ele me falou acerca da mudança.

Ele não demonstrava a fragilidade de seu físico. Resplandecia um brilho assim etéreo ao seu redor. Falou-me uma frase que, entre as muitas que tenho experienciado nessa existência, pode me servir de orientação acerca da transferência humana da Terra para a espiritualidade.

Morrer, disse-me ele, é algo assim tão rápido, como quando o Super Homem deixa as vestes de Clark Kent para a capa de herói. "Permaneço o mesmo, muito embora sinta-me diferente", completou. Ao despertar no plano físico, fiquei intrigado com a comparação.

Na verdade, é algo para se pensar. O personagem Clark Kent, em casos de necessidade, de um momento para outro sai de seu terno e enverga as vestes do super herói com uma naturalidade impressionante. Mas ele é ficção; como entender a frase do amigo.

Pelo que eu pudee entender na ocasião, ele queira dizer da rapidez com que se dorme num plano e se acorda noutro, dimensionado pela capacidade interior da anima em refazer sua própria identidade. Algo para se pensar mais adiante.

domingo, 1 de maio de 2011

Descrição de um desdobramento neste 1º de maio


Hoje foi só um encanto
enquanto
do corpo estive fora
embora
no sonho eu veja
sobeja,
inveja e destrato.

Estava em companhia
nesse dia
de Buarque
marque só, ele estava em ação
em gravação
num estúdio.

Lembro-me de passagem,
a imagem
de Nelson Augusto
justo
com outras pessoas
em boas
companhias.

Alguém pede a Chico -
e eu fico
surpreso, cara -
para
fazer fotografia
se podia,
ele autoriza.

No momnento em que o artista
avista
o microfone seu
meu
olhar vê luzes que se acendem
e se rendem
a ele todas.

Ele canta uma cantiga
antiga
de seu novo canto
enquanto
entram crianças
em danças
pelo ambiente.

Vou próximo ao Chico;
fico
ali perto, sem eira
nem beira
do cantante
no instante
em que eleva a voz.

Fico ali mudo, enlevado;
sagrado
momento aos fãs fiéis:
aos pés
do Chico, uma ovelha
se ajoelha,
cena incrível.

Ouço violinos soarem;
gritarem
vozes: 'silêncio
na sala'.
É que a criançada
levada
da breca, se agita.

Vou até o fim da sala
que exala
inefável brisa.
Divisa-se
uma luz derramada
do nada
em torno do artista.

Pego o celular, assim que a noto
uma foto
era só meu desejo.
Mas vejo
a produtora
que explora
a sala e a proíbe.

Resolvo sair dali, calado
marcado
pela maneira abrupta
a luta
deu em nada, contudo
tudo
havia sido autorizado.

Chico dera a autorização
não
a mim, mas a gente
presente,
em preto e branco
franco,
fossem as fotografias.

Saí entristecido e já na rua
nua
de gente, vozes murmurando,
narrando
de onde eu estive
e que vive
ainda o ar sagrado.

"Resta ao artista essa festa
nesta
cidade"... eu acordo
e mordo
a língua minha
com uma palavrinha
absurda.

'Puta' estive desdobrado
lado a lado
com meu artista
na lista
desse meu sonho
medonho
final, que barato.

sábado, 5 de março de 2011

O assovio de meu pai - como assoviava bem, meu pai


Quando mais moço, gostava tanto de se arrumar.
Passava Glostora no cabelo umedecido, olhava-se tantas vezes no espelho,
Como para corregir alguma falha e ajeitar o penteado.
Loção pós-barba, num rosto sem marcas.
Punha um linho branco, bem passado,
Sapatos engraxados que chegavam a triscar de brilho
Borrifava uma colônia almiscarada nos pulsos e nas têmporas
E saía assoviando pela rua– como assoviava bem, meu pai.

Da casa onde morávamos, fosse noite ou fosse dia,
Ouvia-se de longe o asssovio de nosso velho, indo ou chegando ele sempre vinha
Tangendo canções de sua infância ou adolescência,
Coisas que o tempo levou, mas que deixam marcas,
Principalmente no peito de quem arde em saudades
E não consegue mais ouvir o assovio de nosso pai nas ruas.

Por quais caminhos andarão seus passos? Por que seu olhar
- quase sempre, de surpresa quando via o nosso – não se faz assim tão presente,
pelo menos na hora do almoço em família ou na janta
Quando do trabalho retornava e de longe se ouvia o assovio
Trinando cantigas como ave que volta ao ninho nos fins de tarde
Era meu pai quem vinha – como assoviava bem, meu pai.

Um dia desses, fosse sonho ou visão mais estranha, eu senti
Perto de mim sua presença; o cheiro era o dele e a voz – inconfundíveis marcas de alguém,
Que nos últimos dias da Terra, pouco dela se ouvira, eram dele.
Era meu pai que do outro lado da dimensão se fazia sentir
E dizer que “morrer não dói”, para depois sumir num assovio
por uma rua cheia de vapores e atapetada de ectoplasmas...

Saudades, hoje, meu pai. Fico a escrevinhar essas coisas
Enquanto o coração pulsa a tua intensa saudade
Querendo riscar do mapa essa ausência negativa que nos incomoda
Para colocar, outra vez, a velha crença de que, apesar dos pesares,
Estamos juntos e estaremos sempre, até que a Vida nova
Nos revela as reais dimensões do que, ainda hoje, se diz ser nada.

AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO


Onde antes brincavam, hoje só descansam.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso
acrescentam textura nova às velhas marcas.

Onde antes primavera, o outono delineia-se.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
A tantas outras com quem cruzaram caminhos,
E despediram-se com promessas de voltar.


Falo das mãos, essas ferramentas indispensáveis
que amanhecem desde o despertar da existência
E atravessam rios de tempo, ruas de conversas,

Até chegarem ao ocaso de todas nossas andanças
Mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
Que mãos invisíveis amarfaranham através dos anos.

de Nonato Albuquerque
feita às 13h20min

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

É ter na mente


Não espere da vida somente a claridade da luz, porque sem as trevas seria impossível significá-la; nem tente conviver apenas com quem é certo, pois há muito o que aprender com aqueles que vivem o lado errado das coisas.

Não é feliz aquele que ignora a infelicidade dos outros, pois para se conhecer a alegria temos que, necessariamente, apreciar o valor da tristeza.

O mundo não é feito somente de abelhas, que produzem a suavidade e a docura do mel. As moscas existem e têm lá sua contribuição importante na higiênica forma de serem atraídas pelo que não é puro.

Não tente imaginar o dia sem a presença da noite que o divide e que, de forma mágica, consegue dimensionar a esperança do amanhã.

Nenhum conceito de bom é exatamente correto, pois que nada é perfeito no reino das coisas materiais. Tudo ainda está por se definir. Não creia na perenidade do mal sobre o bem, pois que ele é apenas a ausência dessa virtude.

O mundo não é feito somente de andorinhas que, juntas, conseguem atrair a temporalidade dos verões; os corvos e as gralhas que nele habitam, têm o seu significado e só os que já se alfabetizaram no amor, conseguem decifrar sua hermética mensagem.

Não se impressione com o fim vida das coisas e das pessoas; não acredite nos que dizem que tudo acaba, que tudo é finito.

A verdade sábia das coisas tem lições significativas quando nos propõe que tudo o que ´aparenta´, não revela o seu eu verdadeiro, nem tudo o que se transforma significa que deixou de existir.

Não creia nos que não creem na vida eterna, pois esses são eternos endividados da vida e buscam sempre uma oportuna chance para provarem a si o que realmente existe.

As pombas têm seu espaço na tradição mensageira da paz; mas nem por isso deixemos de reconhecer o valor das águias e dos falcões. Se eles ainda transitam nas salas-de-aula do instinto, é para que avaliemos a maturidade dos que já atingiram o curso superior dos domínios do coração.

Não se impressione com os carvalhos que dobram os séculos diante da fragilidade da relva profanada pelos pés; tanto há beleza nos sagrados mistérios dos golfinhos e das baleias gigantes, quanto nos cardumes de pequenas sardinhas que alimentam bocas esfomeadas.

Há tempo de sonhar, como há tempo de viver apenas realidade dos sonhos. Importa saber SER, porque afinal TER é apenas conseqüência de quem buscou reunir patrimônio de uma vida, enquanto o arquivo do eu guarda reminiscências de vidas múltiplas, multiplicadas.

O que foi, é e será. O que é, deixará de ser; para se transmutar em saudade viva, mas o que vive no eterno, esse eternamente o é.


Nonato Albuquerque
Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/e-ter-na-mente/#ixzz1DPyUZPMf

REENCARNAÇÃO. O conto da lâmpada queimada


No tempo em que os bichos e as coisas falavam, duas lâmpadas tiveram um choque de idéias. Uma dizia que uma outra lâmpada da sala havia sucumbido.

- Ela apagou-se! - dizia uma

- Não, ela parece apenas ter cochilado - dizia outra desconfiada.

- Pois eu acho que ela se queimou.

- Queimou nada, mor-reu!

- Pois sempre ouví dizer que toda luz que se apaga, um dia volta a acender de novo.

- Conversa besta, quem morre, nunca mais vive

Ficaram nessa discussão toda que entrou noite à dentro, até que um velho lampião de gás, desses antigos que guardam sabedoria e experiência, reivindicou a palavra e acendeu sua luz sobre o assunto.

- Calma, amigas. Nem tudo que reluz é ouro, já dizia o antigo ditado. Mas nem tudo que deixa de ser, quer dizer que acabou. A luz não morre. O corpo de vidro pode quebrar, acabar; mas a energia é contínua.

Dia virá, insistiu ele, que alguém com outra lâmpada a reinstalará no espaço vazio deixado pela lâmpada quebrada. E aí, uma vez seguinte, tudo voltará a se iluminar. É a lei da Vida. E ela é plena. Contínua. Sempre.

As duas lâmpadas piscaram agradecidas, no exato instante que uma mão acionou a tomada e as tirou de cena. O lampião baixou seu fogo e adormeceu tranquilo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O sonho da igreja despedaçada


Segunda, 3 de janeiro de 2011. O primeiro dos sonhos que me lembro do novo calendário. E nele, uma certa disposição para a crise religiosa do mundo e a expansão do materialismo.

Estava eu numa igreja. Desconheço a localização. Surpreso, eu dava de cara com uma completa destruição das imagens e das peças sacras. Atrás do altar, a cruz de madeira sem o Cristo, cuja estátua estava despedaçada no chão.

O cálice, utilizado nos ofícios da santa missa, virado em cima da toalha branca marcada por sangue. O sacrário aberto, profanado.

Ao olhar em redor, percebo que todas as imagens estão quebradas, alvo de vandalismo. E indago a alguém, cujo rosto não vejo, o que acontecera.

- Trata-se do fim de Deus entre as pessoas. Elas não mais creem. E a Igreja decretou que nada disso é verdade.

Ouço e não acredito. Mas como não ser verdade? Há 3 mil anos [ olha o detalhe para a data ] que temos esse conhecimento de que Cristo é o renovador das almas. Por que o redentor agora é colocado nessa situação?

- Porque os homens assim o fazem... - escuto, enquanto vou me acordando dessa estranha mensagem que, bem refletida, tem muito a nos dizer.