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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

A PROVA DA LAGARTA PARA SABER QUEM SOMOS


Não morremos. 

Isso que se diz terem fim os que deixam a Vida. Ledo engano. 

Falta de informação ou desprezo pela pesquisa da verdade. 

Ignorância religiosa que não permite avançar em descobertas 

que nos irão tirar do quadrado dogmático que se nos aplicam. 


Um exemplo: 

a feia lagarta na abastança de consumir seu alimento  

jamais dará crença a quem lhe diz, ser a linda borboleta 

a continuidade de sua essência verminosa em outro corpo 

sutil e volátil, pós-crisálida no aguardo ao nascer de novo. 


Somos tudo 

o que esquecemos ao adormecer no ventre maternal 

- embora guardemos no hardware de nossa mente 

os arquivos do que fomos e que os sonhos nos insistem 

em acordar em meio aos nossos momentos mais íntimos, 


Um dia

quando for hora de retornar ao ambiente-pátria da alma

iremos confirmar o que já fomos e somos e que seremos. 

Não precisa acreditar como se fosse um dogma de uma fé 

É preciso pesquisar e descobrir por si, a sua grande verdade. 

domingo, 23 de janeiro de 2022

SÓ NÃO SE TEM PAZ

quando somos um, nos achamos deus 

egóica forma de se opor ao universo

e discutir o todo seja em prosa ou verso

para fazer do mundo, uma porção dos céus.

quando somos um, achamos controverso

o que pensam os outros e a ‘la fariseus’

agimos como gigantes mas sendo pigmeus

não aceitando o que nos for mais adverso.

Quando juntos somos, pluralizamos ideias

discutimos o todo, analisamos cada fase

Pois afinal de contas, nos integramos mais

Sozinhos, nunca venceremos as panaceias

Pois se até uma ilha está ligada à base

Sozinho não se é feliz, e nem se tem paz. 

sábado, 22 de janeiro de 2022

PANTEÃO DE BARDOS GIGANTES

Tem dias que eu

só penso poesia

e quando eu falo

me dá uma vontade de vê-la no ar

 

ganhar as alturas

como borboletas

e nas asas do vento

pudesse com os santos se equilibrar

 

tem dias que eu

acordo Pessoas

e Olavo minha alma

empunhando Bandeira e sorvendo Moraes

 

tem dias assim Hilst

que Cecília me eleva

Gullar me embriaga

Enquanto Carlos é de Drumnond de paz

 

Dos anjos de Augusto

Claramente me Spector

de que vale a pena

Viver poesia em todos instantes

 

Leminski me chama

Cabral me descobre

Ariano se assuma

No panteão desses bardos gigantes.

ORA PRO NOBRES

Orem para que as crianças

Não saiam do sono

E sonhem com as danças  

Da estação do outono

 

Orem para que os adultos

não corram perigo

com tantos insultos

que sequer eu digo

 

orem para que soberanos 

sempre permaneçam

com ares mais nobres 


e que igualmente a humanos 

nunca desvaneçam 

de orar pelos pobres. 

PATER AETERNUM


Somos filhos do Eterno, dizia-nos a catequista 
nas tardes de domingo ao lado da igreja matriz. 
E eu de pequeno já tinha meu jeito relativista 
de contrapor-se a ela com algo que não condiz 

"Eu não sou filho do eterno", disse com ar infeliz.
A catequista parou e sobre mim pôs sua vista.
"Pois há um grande engano no que a senhora diz.
os outros podem até ser, mas eu num tô nessa lista" 

A moça simples, me lembro, deu lá meio sorriso 
a meninada nem aí, pois esse assunto não a atrai 
mas que era para mim, minha primeira discussão.

"Por que você não quer ser, saber eu até preciso/' 
eu respondi-lhe na bucha: sou filho é de meu pai 
desse aí que a senhora fala, eu num conheço não.

O REINO DO ENCANTO (onde encantaremos juntos)

A vida tem duas fases, Duas fases bem distintas.

Uma real que se tem enquanto se estar no planeta. 

a outra sutil começa quando se ouve a sineta

de que as ações do corpo começam a ser extintas.

 

Enquanto estamos de pé e se, por acaso, cometa 

algum deslize ou tolice, não adianta criar fintas

pois para apagar o mal feito, nem mesmo todas as tintas

conseguem, já que o juízo de Deus usa de enorme luneta

 

Para se dar conta da fase que a gente vive na Terra

é só ir tocando o barco como todo bom navegante

sabendo que a morte irá somar esses dois conjuntos. 


Quando chegada essa hora, que a vida aqui se encerra

a gente adentra na fase da qual Jesus nos garante 

ser o reino do encanto onde encantaremos juntos

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

XIPÓGAFOS - UMA HISTÓRIA COMO ESSA NENHUM AUTOR INVENTA

XIPÓFAGOS  

Nonato Albuquerque



 


Andávamos, tu e eu, constantemente juntos. 

para onde quer que um fosse, o outro também seguia;

feito carne e unha, falávamos então de assuntos

que a estranhos, certamente, vulgar se revelaria.

 

Unidos como éramos, parecíamos subconjuntos

de algo mais importante que entre nós dois havia.

Até quando um de nós, juntou-se aos defuntos

E ao morrer sem o outro, deixou-me essa agonia.

 

Foi um caso de horror. A imprensa deu manchete

“um gêmeo dos xipófagos morreu esta manhã

deixando o outro vivo em meio a uma tormenta".

 

Como fazer para enterrar quem vivera tete-a-tete 

e dividira um só corpo, nesse tão incrível afã?

Uma história como essa, nenhum autor mais inventa.


O LOUCO NO ESPELHO

O LOUCO NO ESPELHO
de nonato albuquerque
Quem era aquele ser que o imitava em tudo,
indagava a si mesmo, certo homem surpreso
de ver à sua frente, ensimesmado e mudo
um semelhante em altura, tamanho e peso.
Iguais eram os olhos, onde um brilho aceso
iluminava o rosto similar ao seu, até barbudo.
Cabeleira parecida, penteada em tom coeso
Familiar sabia, mas sem o distinguir, contudo.
A figura à sua frente, repetia todo o seu gesto;
como se procurasse com isso, lhe fazer pirraça
e a revelar-se inoportuno, como se um fedelho.
Interessado em tirar isso a limpo, sob protesto
Aplica-lhe um murro que na imagem esbarra
E deixa em pedaços muitos, o que era espelho.


Picture And Royalty Free Image.


sábado, 1 de janeiro de 2022

UMA NOVA DESIDERATA - 1.1.22

de Nonato Albuquerque

Se tendes algo a fazer no ano que começa e pretendes dar conta breve, faze com que o ânimo de tuas forças alimentem esse compromisso e que a incontrolável inquietude do tempo não se permita a romper a magia do que estiver por vir.

Os herdeiros do amanhã, sabemos bem, são  criaturas virtuosas de paciência e paz. À exemplo de um bom lavrador, trabalham as sementes para que a colheita se faça pródiga de bênçãos acumuladas.

Em função disso, não perturbe o teu sagrado coração com alguma tribulação que possa se interpor a caminho. Não estamos abandonados à sorte. O alto é conosco. Toda obra gerada do conluio do bem com a responsabilidade do servir, encontra estímulos propiciados das culminâncias celestes.

Não te esqueças nunca que somos admirados pelo Universo. Fomos gerados das mesmas partículas que fecundam os astros e as estrelas, simbolizando irmandade em todas as gerações. O DNA de tua ânima, se confunde com a gênese do mundo e das coisas.

A geratriz de tudo reside na essência infinita do Amor, que se derrama sobre as criaturas e seus projetos nutridos pelas forças mais expressivas do conhecimento.

Viva pois a tua experiência, consagrando os feitos à vontade inspiradora do Ser – que nos permite sermos partícipes de sua obra de sublimada grandeza.

Que a generosa paz se alicerce em cada pensamento teu e a fé se fixe na plenitude do caminho por onde trilharão teus passos.