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sábado, 6 de setembro de 2014

Pobre sonhador

Se eu fosse rico, dizia o cidadão de meia idade,
Eu saberia exatamente o que fazer da riqueza.
Daria metade para ajudar toda pobreza
E a outra metade me bastaria à felicidade.

Se eu fosse rico, falava ainda com mais alarde,
Não deixaria mesmo ninguém morrer de fome
daria abrigo e pão aos sem teto e aos sem nome
faria felizes a todos, antes que fosse tarde.

Nisso, no meio da conversa, chega o carteiro,
entrega-lhe uma carta, que ele lê por inteiro.
E era carta de cobrança; dívida medonha.

O amigo que lhe ouvia atentamente a tudo
Diz-lhe, "compadre, seja pobre, mas contudo,
vá pagar primeiro suas contas, depois ‘cê’ sonha".

(Nonato Albuquerque)