Arquivo do blog

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O peso de escravos negros

À maneira de apicultor que em meio à selvageria
das abelhas, recolhe o mel dos favos partilhados
sou quem, na vida nova , enfrento essa algaravia
de vozes que bradam meu nome por todos os lados.

o que desejam de mim, eu grito na teimosia
de saber que eles não são bem comportados
como os anjos de luz que vi alvorecer um dia
nas sombras desse mundo de vís condenados.

Saiam, deixem-me em paz comigo mesmo
eu sou esse desgraçado que sigo assim a esmo
querendo aportar com segurança em algum porto

vão acordar os vivos que se acham íntegros
pois eu que vivo o peso de escravos negros
não sou nem senhor de mim, já que me acho morto.

12.1.18