Diário dos Sonhos
Saio do corpo na madrugada do sábado e volito por lugares que, conheço mas, não sei identificá-los quando estou desperto. Num desses lugares, em frente a um balcão de atendimento - como se fosse de um albergue - encontro Vander Silvio, já transportado para a outra dimensão. Está falando qualquer coisa relacionada ao som que é transmitido no lugar.
- Por que é que, onde estou, só botam esse som terrível!... - diz criticando o que, provavelmente, era um som de banda de forró sem ser forró.
Ao me ver ao seu lado, exibe um olhar de surpresa mas como quem já assiste algo habitual do outro lado, estende-me o braço direito em minha direção. Eu tento lhe dar um abraço, mas é quando ele aponta ser impossível. E mostra-me um aparelho colocado no seu lado direito à altura da cintura - como se fosse uma colostomia, mas que não é. Pergunto-lhe o que era aquilo e ele apenas me diz:
- Necessidades para o campo vibracional...
Um som de carro lá embaixo do prédio onde moro me devolve ao corpo de sopetão. Eu maldigo as buzinas que interferem até nos contatos extrasensoriais. Mas, tudo bem, o dia já amanhecera no lado de cá. E era preciso retomar a materialidade das coisas.