Diante do pequeno altar onde recitava a sua novena, a mãe ouve o menor indagar-lhe: quem penteava Jesus?
Extraída de sua íntima atenção à prece, ela se surpreende e não entende a razão de tão curiosa indagação.
"Quem penteava os cabelos de Jesus", volta a interrogar a criança.
Envolvida por um íntimo desejo de responder a essa questão, ela reflete e diz não saber. Mas porquê a razão de tal pergunta, devolve-lhe com outra indagação a genitora ao filho.
Ele diz não compreender, mas que gostaria de saber se era Maria, a mãe, ou Madalena, a amiga.
Ainda mais surpresa, a senhora abraça o filho e diz que, provavelmente, a doce mãe do Nazareno o tenha auxiliado nessa tarefa.
O filho agradece, enquanto a mãe volta ao terço e, ensimesmada diante da surpresa, reconhece não ser das crianças as preocupações dos adultos em entender o sagrado mistério das lições do Cristo.
Não interessavam a elas, as nuances esotéricas de sua mensagem; tampouco, a essência mística de suas palavras.
O menino queria apenas entender quem dava amor, a quem veio pregar esse abençoado sentimento.
Tomou o filho, então, nos braços e acariciou os seus cabelos, como a responder com gestos, esse tipo de trato que as crianças sabem ser originada dos secretos corações das mães.