Fale-me de seus sonhos,
disse-me o homem santo
com o olhar penetrante
como uma adaga que fere.
e eu, com ares risonhos
falei de mim, o quanto
deu para falar no instante
daquilo que me confere
eu sou um mistério
que nem eu mesmo decifro
sou semente, sou fruto;
sou sagrado, profano;
sou alegre e sou sério,
num palácio ou num cacifro
manso, também sou bruto,
como deve a todo ser humano.
o homem santo
que penetrara no sonho meu
levantou a direita
e pôs o indicador em minha testa
e disse: aceitai o que sois
para serdes o que és
E sumiu, como por encanto
e eu saí daquele mundéu
de ilusões, que acho ser receita
que os sonhos nos dão por festa
elevando-nos ao céu
para mover do chão os nossos pés.
disse-me o homem santo
com o olhar penetrante
como uma adaga que fere.
e eu, com ares risonhos
falei de mim, o quanto
deu para falar no instante
daquilo que me confere
eu sou um mistério
que nem eu mesmo decifro
sou semente, sou fruto;
sou sagrado, profano;
sou alegre e sou sério,
num palácio ou num cacifro
manso, também sou bruto,
como deve a todo ser humano.
o homem santo
que penetrara no sonho meu
levantou a direita
e pôs o indicador em minha testa
e disse: aceitai o que sois
para serdes o que és
E sumiu, como por encanto
e eu saí daquele mundéu
de ilusões, que acho ser receita
que os sonhos nos dão por festa
elevando-nos ao céu
para mover do chão os nossos pés.