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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

DE QUE POETA SOU EU?


 A Europa nas linhas já mortas de minhas mãos.

Guardo rastros de passagem

que cigana alguma traduziu

mas que encantavam dançarinas como La Goulue.


A aurora sugava o véu da amargurada noite

por entre as doses de absinto

que eu bebia com a trupe de compagnons  

nas disputas de mulheres, eu cafetão me indispus.

 

Quem para beber comigo essa última taça

de recordações que me inundam

como as sirenes dos gendarmes

nos obrigando a visitar as ‘prisons republicaines’.

 

Qualquer dia, eu volto e circulo entre os vivos

para destilar meu veneno verbal

entre as choramingas do ontem

e o mentiroso riso de quem saúda, um renascido.