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sexta-feira, 2 de abril de 2021

ALMA VERTICALIZADA NO INFINITO

ODE A LAURO RUIZ DE ANDRADE


Na vida, minha luta constante

foi para que na hora da morte

meu corpo fosse num instante

plantado em pé, em alto porte

 

No fim, ao tentar o passaporte

para a vida eterna e triunfante

Nem como cobaia tive a sorte

De ser no projeto, executante

 

A vida de todos é a passagem

 que o ‘pessach’ judeu lembra

na fuga desse povo do Egito.

 

Na morte, me tornei visagem.

Liberta, a alma se desmembra

a verticalizar-se no infinito


Próximo dia completa 110 anos do poeta Lauro César Ruiz de Andrade, escritor e colaborador de O Povo e que defendeu a ideia de um cemitério ecológico, onde os corpos seriam enterrados na vertical, plantando sementes de árvores que teriam o nome do ausente.