O mundo se transformou muito.
Não sei como,
nem porque
Há marcas de
destruição por todo lado.
Voltamos a
um tempo sombrio,
Onde perdemos
feio para as máquinas ;
Elas
dominaram nossos campos de ação.
Elas nos
dominaram. E há um sentimento de perda
Escancarada à
vista de todos os sobreviventes.
Onde se plantou
pás eólicas para captar do vento a energia,
Destroços enferrujados
tomam contas das hélices;
Há vestígios
de edifícios no que sobrou das edificações
A exporem
seus ferros que o concreto escondia.
É tempo de
separação. Já não há tanto joio
E o trigo da
colheita precisa ser colhido
Por mãos
jardineiras que sabem cuidar de flores.
O campo está
aberto a novas explorações.
Onde habitavam
homens, as feras têm domínio.
Onde havia
guerra, as marcas do insucesso.
De tudo e de
todos, sobramos nós
Procurando destrinchar
o arquivo desse tempo
Que passou
por entre os dedos como areia fina.
Já não somos
o que fomos; duvido muito
Que seremos
o que desejamos no passaqdo.
As sombras
desceram sobre a Terra
E guardamos a nossa luz interior
debaixo de alqueires de terra insersíveis.
Apesar de tudo e de todos,
a esperança é uma rosa de plástico,
plantada num vidro fácil de ser quebrado.