Meu tempo não é desse mundo;
intrigante mundo que eu levo
na forma extra-física que habito
e se faz invisível a outros olhos.
Campos de sonho, navegados
em outros episódios místicos
minha boca prova outros sumos
que têm no etéreo as palavras.
Sou neto de Deus, escriturário
do diabo que me impôs o ofício
em busca de esmerilar um verso.
Enigma do hoje, memória parca
Eu sou quem fui, sem nem mais sê-lo.
Pastoreio outro gado nas estrelas.
(Inspirado em Francisco Carvalho)