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sábado, 25 de maio de 2024

OS QUE FORAM PEGOS PARA CRISTO

 Texto de Nonato Albuquerque

 

A paixão moderna tem muitos cristos. Eles vivem o seu calvário de sempre, sem mudança na rotina. Inúmeros cristos que são números, vivendo entre a paixão e a sorte.

A via-sacra difícil de todos se confunde no drama de Josés e de Marias, cujos filhos são vítimas de herodes psicopatas, promovendo a morte de crianças nas escolas.

Gente simples que vive a ilusão de um reino melhor, prometido por párocos e pastores, alguns sem ética e sem respeito ao divino.

Nas doze estações do dia, que marcam as horas de provação, multiplicam-se as quedas.

O desemprego, a intolerância, a mentira.

Há cristos denunciando a violência de centuriões modernos. Asfixiando negros a céu aberto.

Cada um carrega uma cruz invisível, com uma história onde eles são apenas números e invisíveis na planilha da Economia. 

Nesse calvário, há judas traidores, mas há cirineus caridosos. Negadores como Pedro e céticos iguais a Tomé.  Verdugos atiçando a violência doméstica, como há os que hoje encenam o drama da maior paixão, mas que também foram pegos para Cristo.