de querer ter do descanso seu abrigo.
mesmo que eu venha sofrer algum castigo
e levar uma vida sem mais correr perigo
Quando através do sono nos libertamos temporariamente do escafandro corporal, volitamos por entre a dimensão do eu mais puro e visualizamos cenas que, geralmente, só os sonhos conseguem externar. É do substrato desses sonhos - e da criação poética - que se constitui este diário, revelando a incrível magia da dimensão da espiritualidade.
Nada na vida está completo, concluído.
Tudo aguarda um arremate, algum conserto.
A luz no fim do túnel é algo indefinido
Como é um pote de ouro no arco-íris, incerto
Quem se acha muito na vida destemido
Nem sempre age com a coragem de acerto
pois se perde do objetivo o seu sentido
sabe que o culto nem sempre está encoberto
Já não vale mais um pássaro na mão
do que dois voando, como sempre se diz
pois querer nem sempre é ter certo poder
seguir o caminhante, por longo ser o estradão
quem sabe na próxima curva, se achará feliz
antes que venha no corpo, o dia do anoitecer.
É que, despidos do invólucro de carne pelo fenômeno da chamada morte, eles se aproveitam da ocasião para se entorpecerem ao vapor do álcool emanado dos que o ingerem, numa postura que se assemelha a larvas que se aderem aos seus objetos de desejo. E assim, os "mortos" aspiram o ar destilado pelas mentes dos narcotizados que se excederam no consumo da bebida.
No entanto, para que esse fenômeno ocorra, necessário é que haja da parte de sua vítima alguma permissão ou algum tipo de demonstração que mova a turba obssessora a esse designo. É a questão da sintonia mental.
Na mulher fantasiada de cortesã, a exibir o corpo seminu na avenida, os pervertidos da carne se associam conjuntamente. No adicto do álcool e de outras substâncias tóxicas, fumegam os que perderam o campo físico por conta do estado alcoólico comatoso.
Durante a onda festiva do carnaval, a visão do sagrado foi deturpada e, por conseguinte, os excessos cometidos na profana festa atraem sempre os anônimos mortos, a acompanharem a procissão dos chamados vivos atrás do trio elétrico.
Do amor poesia e dessas coisas singulares
Vale lembrar que o smartphone tem um papel importante no consumo de rádio via áudio digital por lá, já que a presença de rádio FM nesses aparelhos não é tão difundida como em outros países, a exemplo do Brasil.
Publicação do site Tudosobrerádio
PATER AETERNUM
Com toda a licença poética
que nos
permite largar o real
e abeirar-se
do surrealismo,
eu sou a
verdade que não é.
Sou canto das
coisas que são,
a individualidade
múltipla
em território
em que o místico
explora esse ar de mistério
Sou nuvem de
outra viagem
chuva que antecipa
a colheita
E o que da
semente resulta.
Sou nó cego,
que não se desfaz
diante dos
que apregoam tudo
e vêem que o
resultado é nada.
E um
velho afinador, famoso por consertar teclas,
resolveu dar um conserto nessa época
natalina.
Convidou vizinhos. Chamou amigos e asseclas
para o festim que realizaria em sua própria oficina.
De convidados, vieram pessoas de todas as
mesclas
preparadas na maneira de vestir com mais
acerto
e na hora aprazada, sem mais guardar
cautelas
anunciou, como em um piano velho, se faz
conserto.
Entre a surpresa e o desconforto, houve
quem reagisse
mas o consertador explicou que fizera
oral, o convite
e usara o S e não o C como ao concerto de
um maestro
Pôs-se
à tarefa. Cumpriu o prometido. E ao final disse
"Agora, o momento que vamos saciar de vocês o apetite
o dono do piano, vem testá-lo com uma peça
do seu estro".
Belém,
de cujo
jardim brotou um dia
a ramagem mais fecunda
da perfeição humana
assiste na
atualidade
a mais terrível
destruição já vista.
Cidade
eternizada pela
fecunda fonte de amor,
de onde jorraram
as águas puras
do
cristianismo,
sofre os
horrores da guerra
nos caminhos
de Efrata,
por onde pés
do Cristo deixaram marcas.
A fonte geográfica
de onde surgiu a iluminada
figura do Redentor ,
atravessa
dias de sofrimento
e
dissabores.
A miséria
provocada
pelas desumanas atitudes vis
destrói marcas
históricas de um tempo incomum.
Templo
onde Maria partilhou o sagrado instante
do nascer do seu rebento
altera os
gritos de terror de sua gente
oprimida
pela força dos insensatos
que não sabe travar
um diálogo em favor da paz.
A tradicional Casa do Pão,
como se tornou
conhecida essa parte da Palestina,
Ergue sua
voz com pedidos de socorro
Ao mestre dos
mestres
Que teve seu berço nessa cidade
edificada ao abrigo dos seres em provação.
Não mais “ai de ti, Belém de Judá”,
mas ai daqueles que usurpam o poder
e ditam normas de dor e interesse
aos que pagam o pão da Vida
em tua morada.
Para que o lado escuro que mais nos seduz
Seja em nós, completa iluminação.
Que a voz do amor com sua força venha prevalecer
E derramar sobre nós todo o bem
Sementes boas que temos por todo o ser
Frutos do amor elas germinarão
O amor é fruto sagrado, eu sei
Que irá morar gerir nossa eterna paixão.
Imagem do Centro di Ricerca per il Teatro-Milano |
AS OUTRAS BEM-AVENTURANÇAS