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domingo, 21 de janeiro de 2024

LICENÇA POÉTICA

Com toda a licença poética

que nos permite largar o real

e abeirar-se do surrealismo,

eu sou a verdade que não é.

 

Sou canto das coisas que são,  

a individualidade múltipla

em território em que o místico

explora esse ar de mistério

 

Sou nuvem de outra viagem

chuva que antecipa a colheita

E o que da semente resulta.

 

Sou nó cego, que não se desfaz

diante dos que apregoam tudo

e vêem que o resultado é nada.