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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

o bom Francisco

O bom Francisco, 
que virou santo mesmo já o sendo, 
tinha mania de falar com os bichos de toda espécie. 
Era de tão boa energia, 
que um lobo se rendeu ao domínio de seu mando. 
E um passarinho contou-lhe coisas 
que a nenhum outro da espécie humana teve acesso. 

O bom Francisco, que virou santo embora já o fosse, 

vive nas mentes e corações de todos, 
mesmo daqueles que não fazem nada para se franciscanizarem.

domingo, 18 de setembro de 2016

FOME E SEDE DE DEUS


No rio das muitas águas de meu peito
Navegam queixas, transbordam mágoas
Silenciosos cardumes se estreitam
No aguardo de chegarem à superfície

Quando choro, o anzol do desespero
Trata de içá-los em meio às lágrimas
E o aço das lâminas corrige o rumo
Transportando-os a outra dimensão

Quem para estancar essa correnteza
Que devasta minha alma inconsolável?
Todo rio reclama caminhos oceânicos

Se Pedro fez-se pescador de homens
Quero ser peixe para matar nas redes

Essa fome enorme de Deus em mim

OS PASSOS DE JESUS

A lancinante dor que esse peito oprime
É reserva de dívidas muitas contraídas
em vivências de sofrimento e crime
Que o hoje reclama de outras tantas vidas

Do pretérito malsã ninguém aqui se exime
Mesmo que as causas estejam já falidas
O avalista do ontem busca em tom sublime
(a)pagar as marcas das dores promovidas

Quem no mal se converte em algoz
E comete horrores por discórdia
Encomenda ao futuro sua desdita cruz

Em novo corpo, buscará ouvir a voz
Divina, que por sua misericórdia

Orienta seguir os passos de Jesus.

domingo, 11 de setembro de 2016

O alienígena

Areia, areia, areia
Deserto de pó, esse mundo
Não sei porque vim dar com os costados
No oco desse tempo vazio.
Sou de planetas distantes
Meu ego, minha metade
Trouxeram a esse plano
Em busca de socorrê-lo.
Chegando aqui, nada
Só terra, terra, terra...
Que nome terá esse canto?
Não vejo ninguém por perto
Alma viva, sou do mundo
Quem busca achar-se, se perde
De tanto andar sem um rumo.
De areia, areia, areia
Meus olhos estão cobertos
A minha boca espuma um vento
De eras comuns já passadas
Eu sou quem fui e quem resta
Do que serei quando deixar de ser.
Areia, areia, areia

Se eu sou pó, quando retornarei a ele?