Até atingir a senda luminosa por onde seria destinado nosso trajeto, lembro-me de ter cruzado com alvoroçado grupo de jovens em meio de uma rua de luzes esmaecidas. Eles estavam num veículo que, embora estacionado, volitava à altura de meio metro do chão. Eles, à semelhança de aves agitadas, algazarravam algum evento auspicioso nas proximidades do que imagino seja um educandário.
Meu rumo, no entanto, era a um centro de difusões de conhecimento que não aquele, situado próximo a uma casa de refúgio de atormentadas almas.
De repente, me vejo adentrando a um imóvel onde um sobrinho me acolhe com uma terrina repleta de arroz e de uma mistura que desconheço.
Vejo no interior da casa, aquele que foi meu tio João que está a se desenlaçar de suas vestes laboriais. Fala comigo e me dá certeza de que já escutava com facilidade, o que não acontecia antes de desembarcar no plano dessa dimensão. Pergunto-lhe por dona Diocina, sua sogra, e ele me responde que ela "estar consertando o carro", o que eu subentendo como preparando um novo corpo.
Nisso, vejo um grupo de rapazes cercando um senhor negro de estatura alta e compleixão avantajada. Ele se dirige a mim e pedindo minha atenção para uma conversa em particular.
Vamos até uma espécie de pracinha e eu lhe digo que já sei o que ele vai me pedir: para fazer uma palestra para seu grupo evangélico. E é então que ele é envolvido por uma luminosa aura e começa a falar na voz de um conhecido mensageiro dos brasileiros. Consigo me lembrar, mais ou menos essas palavras (que escrevi tão logo despertei):
[...] "O mestre Jesus tem me conduzido por caminhos seguros. Minha voz tem sido a voz de sua prestimosa mensagem. Sou grato por ser esse estafeta de tão importante líder, embora não saiba atinar quais méritos me inclinam a essa tarefa..."
Enquanto ouço sua voz tão familiar aos meus ouvidos, meus olhos se enchem de lágrimas e vou acordando inebriado pela impressionante imagem que ainda guardo na memória.