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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

NATAL DE POESIA

SILÊNCIO, NASCEU O MENINO
de Nonato Albuquerque
Silêncio. Não façam barulho
para não acordar o menino
que nasceu.
Ele vem de páramos celestes
Morada divina onde se divisa
o bem.
Não são as buzinas, nem fogos
De artifício que inquietam
Seu sono.
São os atos transitórios da dor,
A injustiça e a miséria moral
 Dos homens;
A dor de cada malsinado gesto
O fruto da árvore da violência,
O desamor.
Por isso, não quebrem o silêncio,
Não façam barulho, não gritem.
Silêncio!
Para que o sono do menino
Que veio iluminar o mundo
Não se extravie.
De presente, sirva-mo-lo
Nosso amor na taça de nossos
Corações.
Calo-me para que o silêncio
seja poema de luz, tal e qual
o menino.