falava dos negros, com um certo rancor mórbido
de quem acumula estratos de mágoas sórdidas,
que a magia do tempo lhe ocultava nos refolhos
da alma, as lembranças de existências pretéritas
criticava os pobres, com forte expressão tétrica
de quem se achava ser uma criatura magnânima
e refutava a defesa dos necessitados insanos
que vivem a existência em ideais inquietos.
morreu abandonado como um cão sem dono,
displicente como um aluno de indesejável
comportamento, expulso de qualquer colégio
chegou ao báratro da dor mais insuportável
para renascer entre os que considerou sem mérito
e aprender que as almas são de uma só espécie.