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domingo, 7 de fevereiro de 2021

O SER IRMÃO DO MONTE

Eu, analista de mim mesmo, acordo

de um sono profundo que se desabara

entre a dor no peito e a visão mais rara

de um mundo novo que só aqui concordo.

 

Eu nunca fui de rezas. E se me recordo

a Ciência era minha igreja, onde aplicara

todo o conhecimento que me devotara

ao ensino de Freud que ainda aqui ancoro.

 

Não me exponha à vista dos meus pares

Como um morto que virou um santo

de terreiro, embora guarde eu respeito

 

Sou alma vilã, poética, que viveu em bares

sorvendo do néctar da poesia, o encanto

E achando a morte o fim, que já não aceito.