Eu, analista de mim mesmo, acordo
de um sono profundo que se desabara
entre a dor no peito e a visão mais rara
de um mundo novo que só aqui concordo.
Eu nunca fui de rezas. E se me recordo
a Ciência era minha igreja, onde aplicara
todo o conhecimento que me devotara
ao ensino de Freud que ainda aqui ancoro.
Não me exponha à vista dos meus pares
Como um morto que virou um santo
de terreiro, embora guarde eu respeito
Sou alma vilã, poética, que viveu em bares
sorvendo do néctar da poesia, o encanto
E achando a morte o fim, que já não aceito.