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domingo, 11 de julho de 2021

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU

 


O medo de mim mesmo, era tão real

que eu nunca quis me olhar num espelho.

Evito-os, como faz da cruz o ser do mal.

E não sigo de ninguém outro conselho .

 

É que meu olhar penetra de modo tal

as raízes do íntimo meu, de porte velho

que nele vejo cicatrizes minhas, sinal

de que fui mau e cometi um destrambelho.

 

Minha alma não tem a cara que carrego.  

Não é doce, nem amarga, pelo contrário

é alma sofrida, marcada a ferro e fogo.

 

Vivenciou apegos que hoje ainda me apego

Sempre a fugir do espírito gregário 

Que o espelho meu revela como um jogo.