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sexta-feira, 11 de novembro de 2022

OS CURRAIS DA MORTE

ESCRITOS MEUS

Currais da morte (A Francisco Carvalho, in memoriam)

o canto de minha poesia, reside hoje em dia
na tradução mais legítima do presente.
Não cheira o álacre dos currais de gado
tampouco versa nas rimas dos aboios.
Adulta, ela se alimenta do hálito das nuvens,
Embriaga-se na brisa das crinas dos cavalos.
Longe das lambanças que, nos engenhos,
eu repuxava das gamelas o alfinim em fios.
Minha poesia desse tempo busca as rimas
Que tanto reclamei em noturnas temporadas
Quando só, primaverizava lúdicos sonhos.
Hoje, ela sobrevive da essência da saudade
E nessa dimensão busca recriar em fatias de luz
A alma que ganhei ao transpor os currais da morte.
Nenhuma descrição de foto disponível.

Perpetua Souza
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