a folha virgem,
deitada sob uma prancha,
aguarda o ansiado instante
de receber seu amante,
o lápis pontiagudo.
da mesma origem
o par então se deslancha
no rito de todo amante
que é o mais relevante
em tudo, tudo por tudo
é quando começa
o parto dessa outra vida;
a musa que move o verso
sorve de todo universo
seu poema acetino.
tatuando essa peça
a arte com a mágica lida.
o lápis deita na folha
e sua verve desfolha
como coisa do destino.
são de versos e saudades
que se propõe esse parto;
da criação e criatura
num poema que até cura
a mais terrível doença.
Cosmos, países, cidades
amantes, por todos lados
do amor, em benefício
da arte e desse ofício
rezam por essa crença
mestres e aprendizes
todos seguem essa trilha
pois que o amor é bendito
quando faz tudo bonito
no coração ofegante.
de ingrediente é preciso
encanto, encontro, partilha;
pra que o sabor apurado
tenha um bom resultado
valorize o poeta amante.