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segunda-feira, 12 de junho de 2023

DE VERSOS QUE O AMOR VERSA


a folha virgem, 

deitada sob uma prancha,

           aguarda o ansiado instante 

           de receber seu amante, 

o lápis pontiagudo. 


da mesma origem 

o par então se deslancha 

             no rito de todo amante 

             que é o mais relevante 

em tudo, tudo por tudo


é quando começa 

o parto dessa outra vida; 

              a musa que move o verso

             sorve de todo universo 

seu poema acetino.  


tatuando essa peça   

a arte com a mágica lida. 

              o lápis deita na folha 

              e sua verve desfolha 

como coisa do destino.


são de versos e saudades

que se propõe esse parto; 

              da criação e criatura 

              num poema que até cura

a mais terrível doença. 


Cosmos, países, cidades

amantes, por todos lados  

             do amor, em benefício 

             da arte e desse ofício 

rezam por essa crença 

 

mestres e aprendizes 

todos seguem essa trilha 

         pois que o amor é bendito 

            quando faz tudo bonito 

no coração ofegante.  


de ingrediente é preciso 

encanto, encontro, partilha; 

           pra que o sabor apurado 

           tenha um bom resultado 

valorize o poeta amante.