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sábado, 24 de agosto de 2019

MINHAS ROUPAS




Ando nas MINHAS ROUPAS todos os santos dias
que muitos dos meus amigos me reconhecem por elas.
São roupas comuns, simples, 
sem compromisso com moda 
Tê-las é garantia de que não acabe saindo nu, por aí. 
Quando pequeno, a roupa de marinheiro me incomodava:
Não tinha mar no meu chão de seco agreste; 
Nem navio algum para eu ficar a vê-los, 
e por isso eu ficava a não ver navios... 
A roupa da primeira comunhão me levou à igreja, 
para bem a terceira vez que eu comungava. 
Entrava na fila, pequeno ainda, 
na batina negra, o padre nunca me empatou
de sem confissão nenhuma
eu cometesse 'o pecado' de vestir cristo em minha inocência; 
Na juventude, as calças bocas de sino tocavam meus sapatos
E escondiam a falta de verniz que a poeira encobria. 
Andei em roupas que se ajustaram ao meu corpo,
Bem como as que cabiam dois de mim. 
Hoje, tenho paletós que me levam ao trabalho, 
Bermudas que as conduzo em psseios pelos shoppings
Calções que uso, uma vez ou outra, na piscina. 
Mas a roupa que melhor assume minha personalidade
É a que anda comigo em casa, despreocupadamente. 
Não é look que se inveje; nem moda que se copie,
Mas é a que mais me aproxima do menino 
Que ainda em mim, eu visto...