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sexta-feira, 17 de julho de 2020

NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA


Fujão na mata, o escravo então liberto
Sente a necessidade de ausentar-se
e de coragem poder assim armar-se
para mostrar a outros, o rumo certo

vaga sem destino, por caminho incerto
medo de no encalço, vir a deparar-se
com capitão do mato para entregar-se
e voltar à senzala, fosse ele descoberto

um estampido se ouve, vindo em sua banda
o escravo cai e com enorme estranheza
se vê fora do corpo em uma outra forma.

Ao seu redor irmãos da antiga Luanda
A provarem a lei pétrea de toda Natureza
De que nada se perde, tudo se transforma.