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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Sol no interior das almas

eu vejo o dia botar cor na manhã raiada;
derramar ouro por entre nuvens e calçadas;
com o vento a sacudir os cabelos das árvores.
É o sábado pedindo para se fazer presença.
Em meio à expectativa de nova caminhada.
Corre um burburinho nas ruas de gente miúda
zoando com outras, entre risos e brincadeiras,
que só os infantes conseguem ambientá-las.
Ao lado delas, amadurecidos de problemas,
Velhos se dirigem lentos à praça do Ferreira,
onde desmiolam conversas de outros tempos,
Porque o hoje, para eles, está aos pés do abismo.
Nos ônibus lotados vai gente pro trabalho,
ensimesmada em seus smarts e celulares.
Um pregador prega a dor de um Cristo imolado
E promete os céus a quem o servir na Terra.
O dia nasceu. A bola de ouro corre pelos céus
com sinal de vida e luz por toda essa cidade.
Eu aqui, com meus botões do notebook,
certifico que, também, há sol no interior das almas.