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quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

OUTROS MARES ESCONDEM OUTROS PORTOS

Minha alma em meus cantares vagueia aflita, triste.

O beijo glacial da morte roubou-me toda a graça

da vida que eu vivi e eu sei que ainda existe, 

entre o prazer da carne e o fogo da desgraça.

 

No pórtico sombrio, onde hoje eu monto praça,

ruídos de silêncio, Uma sombra que insiste

Em me envolver em meio a toda essa trapaça.

Eu, morto-vivo, vivo morto como deduziste.

 

No mausoléu de ossos que são os cemitérios

Eu vejo ainda os vivos expondo sua descrença;

achando que somos todos para sempre mortos

 

Eu morro de rir, em meio a esses mistérios.

Pois sigo navegante nas águas de outra crença,

por saber que outros mares escondem outros portos.