Ando à procura de mim mesmo.
Não é difícil descrever-me.
Tenho a altura do que sou,
Nem magro de ideias,
nem gordo de defeitos.
Meus olhos focam o futuro mais longíquo.
Meus ouvidos, as vozes sábias
dos grandes mestres do passado.
O desenho do meu rosto
é igual ao que revela o espelho;
embora, intimamente,
minha alma tenha as dimensões do eterno.
Quem me conhece
diz que eu rescendo o perfume dos anjos
por conta das coisas que falo
e que entôo o cântico das estrêlas.
Ando à procura de mim e peço,
a quem souber do paradeiro,
pode achegar-se sem medo,
Eu não agrido, não mordo, garanto.
Sou como um cão de guarda
que anseia apenas o encontro
com a estima de seu dono.