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sábado, 13 de março de 2021

CÃO DE GUARDA

Ando à procura de mim mesmo.  

Não é difícil descrever-me. 

Tenho a altura do que sou,  

Nem magro de ideias, 

nem gordo de defeitos. 


Meus olhos focam o futuro mais longíquo. 

Meus ouvidos, as vozes sábias 

dos grandes mestres do passado.


O desenho do meu rosto 

é igual ao que revela o espelho; 

embora, intimamente, 

minha alma tenha as dimensões do eterno. 


Quem me conhece 

diz que eu rescendo o perfume dos anjos 

por conta das coisas que falo 

e que entôo o cântico das estrêlas. 


Ando à procura de mim e peço, 

a quem souber do paradeiro, 

pode achegar-se sem medo, 

Eu não agrido, não mordo, garanto.  

Sou como um cão de guarda 

que anseia apenas o encontro 

com a estima de seu dono.