A ampulheta do tempo não se atrasa, nem para.
Vira. Revira. Remexe o que é história e o que é lenda
Que só nos refolhos da alma, a gente lê e compara
O que era de paz e bem e o que só era contenda.
Ultrajante era meu porte. Com uma legião tão cara
Obediente ao meu mando, ela seguia a minha senda
De renegado de um reino, que eu mesmo abjurara
Tracei o terror na Trácia, e pus Roma em minha agenda
Era Alarico II, o mais temível, o destruidor maldito
Que nem as sombras de outro reino me serviram
De aprendizado num ambiente infernal e hostil.
Renasci em um corpo em chagas, para cumprir o rito
Da lei, e com as dores que eu fiz as dores me atingiram
E eu vim resgatar o erro, com acerto de contas no Brasil.