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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

SONETO. As invisíveis mãos do tempo

 


AS INVISÍVEIS MÃOS DO TEMPO

Onde antes brincavam, hoje só descansam.
Por onde antes trabalharam em sacrifício
edificando a Vida, hoje, silentes, em repouso
acrescentam textura nova às velhas marcas.
Onde antes primavera, o outono delineia-se.
Invernos e verões passaram e elas acenaram
a tantas outras com quem cruzaram caminhos,
e despediram-se com promessas de voltar.
Falo das mãos, as ferramentas indispensáveis
que amanhecem desde o despertar da vida
e atravessam rios do tempo, ruas de conversas,
até chegarem ao ocaso de todas as andanças
mudando a tez, enrugando-se como folhas de papel
que mãos invisíveis amarfanharam com os anos.