FOME E SEDE DE DEUS
nonato albuquerque
No rio das muitas águas de meu peito
Navegam queixas, transbordam mágoas
Silenciosos cardumes se estreitam
No aguardo de chegarem à superfície
Quando choro, o anzol do desespero
Trata de içá-los em meio às lágrimas
E o aço das lâminas corrige o rumo
Transportando-os a outra dimensão
Quem para estancar essa correnteza
Que devasta minha alma inconsolável?
Todo rio reclama caminhos oceânicos
Se Pedro fez-se pescador de homens
Quero ser peixe para matar nas redes
Essa fome enorme de Deus em mim