Esse poema me
custou parte de minha vida.
Me retalhou a alma.
Escancarou meu pranto.
Deixou-me de
quatro, num beco sem saída
a lamentar o tempo
perdido e o todo encanto.
As vísceras de meu
ser expôs na avenida
daquilo que não almoço e nem mais janto
por temer reabrir em mim, mal curada ferida
esse poema custa a
paz de qualquer santo
Remoeu dentro de
mim, ânsias do passado;
noites mal
dormidas. Vingança indesejável.
A construção dele
custou-me tudo, tudo isto.
Cada tijolo que fiz
letrar aqui, me foi marcado
a ferro e fogo. Há um termo, até impublicável
pois que esse poema-dor
me pegou pra Cristo.